A atriz Regina Duarte está sendo processada pela filha do diplomata, editor e jornalista José Jobim. Lygia Jobim, jornalista e advogada, diz ter ficado “absolutamente estarrecida” com uma entrevista da ex-secretária da Cultura, na qual ela teria agido com desprezo diante dos eventos que culminaram com a morte do pai, torturado antes do óbito por forças do então Regime Militar.
As informações são do jornal Folha de São Paulo. Em sua alegação, Lygia conta que ficou com as declarações de Regina Duarte entaladas em sua garganta por ao menos dois dias.
Ela critica o tom de menosprezo com o qual a ex-secretária da Cultura tratou os mortos e torturados do regime; como o seu pai, cujo velório precisou ser realizado com caixão fechado por conta das fortes marcas de tortura.
Em um dos trechos da polêmica entrevista, concedida para a emissora de notícias CNN Brasil, quando ainda ocupava o cargo da Secretaria Especial da Cultura, assim falou Regina Duarte: “Bom, mas sempre houve tortura, sempre houve… Meu Deus, Stalin, quantas mortes? Hitler, quantas mortes? Se a gente for trazendo mortes, arrastando esse cemitério… Desculpe, mas não, não quero arrastar um cemitério de mortos nas minhas costas”, declarou.
Alguns dias após a polêmica entrevista, Regina Duarte escreveu um artigo, publicado no jornal O Estado de S. Paulo. Nele, pede desculpas pelas palavras usadas ao se referir às torturas ocorridas durante o Regime Militar, pois teria sinalizado uma certa conivência com os atos, algo que para ela é “inominável” e jamais teria a sua anuência.