O dia em que Hebe Camargo provou que, além de rainha, era uma mulher à frente do seu tempo

No programa Roda Viva, da TV Cultura, a rainha da televisão brasileira mostrou que era uma mulher valente e defensora das causas nobres.

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Hebe Camargo foi e sempre será um dos grandes ícones da televisão brasileira. A rainha da TV partiu em 29 de setembro de 2012, aos 83 anos, após sofrer uma parada cardiorrespiratória durante a madrugada, enquanto dormia.

Paulista, do interior do estado, Hebe teve uma infância humilde e começou a sua carreira artística ainda muito jovem, aos 15 anos, como cantora na Rádio Tupi, em 1943. 

Dona de um talento incomum e do selinho mais famoso do Brasil, a loira sempre mostrou que era uma mulher valente, defensora de causas nobres e à frente do seu tempo. 

Prova disso foi sua participação no programa Roda Viva, da TV Cultura, em 17 agosto de 1987. Nesse dia Hebe não poupou as palavras, soltou o verbo sobre os mais diversos assuntos e, no fim, saiu aplaudida pelos convidados. 

Durante a entrevista, Hebe foi questionada porque defendia o homossexualismo. A resposta veio, sem meios termos. “Por que não defender? Por quê? Eles são piores que a gente? Eles escolheram ser assim? São seres humanos iguais à gente. Eles têm pai, têm mãe, irmãos, trabalham, pagam os seus impostos”, respondeu. 

Outro intregrante da bancada, não satisfeito com a posição da apresentadora, decidiu retrucar. “Mas não acha que você, como uma formadora de opinião, defendendo, você poderia estar ‘proliferando’?” A resposta foi curta e grossa. “O fato de eu falar não vai mudar. Ou as pessoas nascem assim ou não nascem, não é porque a Hebe Camargo falou. Quem tem que ser é”, finalizou.

Assista ao trecho da entrevista 

Hebe partiu e deixou, além da saudade, momentos que serão eternos. Até hoje ninguém conseguiu ocupar o seu lugar no posto mais alto da realeza da TV.