Compositor e cantor de letras fortes, Raul Seixas é reverenciado pelos fãs de rock nacional e da música brasileira como um todo. Muitas de suas músicas se eternizaram na mente dos brasileiros, chegando a retratar uma realidade dura que o país vivenciava durante a ditadura, ou até mesmo fazer uma “premonição” do cenário de pandemia em que o mundo passa.
Se estivesse vivo, o cantor completaria 75 anos neste domingo (28). Neste clima de homenagem ao símbolo do rock nacional, o 1News destaca algumas curiosidades acerca do artista, que acabou não vendo o sucesso que se tornaria, falecendo precocemente em 1989.
Parceria com Paulo Coelho
Poucos sabem, mas boa parte das músicas de Raul Seixas foram escritas em parceria com Paulo Coelho. Juntos, eles escreveram Al Capone, Al Capone, Eu Nasci Há 10 Mil Anos Atrás, Sociedade Alternativa, Gita, A Maça e Tente Outra Vez.
Inspiração nordestina
Curiosamente, as primeiras inspirações de Raul Seixas na música não vieram do rock e sim do forró. Fã de Luiz Gonzaga, Raul admirava o baião e o repente, e costumava ouvir o estilo musical em viagens com o seu pai, que era inspetor de ferrovias. O Rei do Baião foi o primeiro ídolo do cantor, que depois se tornou fã de carteirinha de Elvis Presley.
Compositor da Jovem Guarda
Antes de deslanchar como o Maluco Beleza, Raul Seixas produziu artistas e compôs várias músicas para a Jovem Guarda, entre as mais conhecidas estão “Ainda Queima a Esperança” e “Doce, Doce Amor”. Um dos maiores incentivadores para que o roqueiro ingressasse carreira na música foi Jerry Adriani.
Tempos de ditadura
No ano de 1974, Raul Seixas foi preso e torturado no DOPS (departamento de ordem pública do governo militar) por conta da divulgação, junto com Paulo Coelho, da
Sociedade Alternativa.
Segundo biógrafos de Raul, esse termo não era de total conhecimento nem do próprio cantor, e foi inspirado nas ideias de Aleister Crowley. Para quem não sabe, é o mesmo místico que inspirou o roqueiro Ozzy Osbourne na música Mr. Crowley.
Justamente por conta da Sociedade Alternativa, Raul foi expulso do país no mesmo ano, sob a justificativa que o movimento era contra o governo.
Declínio
O problema com alcoolismo levou a carreira de Raul Seixas para o fundo do poço. Em inúmeras oportunidades, o cantor esteve envolvido em confusões, encontrado bêbado, situações estas que surpreendiam até mesmo a polícia e fãs, que não acreditavam ser ele mesmo.
Raul Seixas teve cinco esposas em 44 anos de vida: Edith Wisner, Glória Vaquer, Tânia Mena Barreto, Lena Coutinho e Kika Seixas.
Internado várias vezes, o cantor são conseguiu superar o vício e morreu no dia 21 de agosto de 1989. Depois de sua morte, suas canções alavancaram e se tornaram sucessos, marcando gerações.