Um gesto de empatia e amor ao próximo acabou ganhando enorme repercussão no Paraná. O músico e vendedor Gabriel Alexandre, acabou sendo flagrado por câmeras de segurança de uma loja fazendo o improvável em uma época em que ações do bem são sinônimo de espanto.
Na tarde de segunda-feira, 28, a cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná, sentia a nova mudança nas temperaturas durante o inverno, com termômetros marcando 12 graus. Naquele frio estava um morador de rua sentado em uma calçada embaixo de um cobertor.
As imagens de segurança mostram Gabriel tirando a própria blusa e dando para o morador de rua se agasalhar. Também deu uma marmita para o homem, que comeu feliz em perceber que, talvez depois de muito tempo, ele foi notado nas ruas.
Gabriel foi localizado e contou que ficou surpreso com a repercussão, já que as imagens cedidas pela loja de segurança eletrônica acabaram indo parar no portal G1. O músico garantiu que não viu que tinha uma câmera no local e o que fez é corriqueiro.
Ele e a esposa são músicos e antes da pandemia viviam de cantar em bares. As restrições com o fechamento de comércios fizeram com que casal começasse a trabalhar cantando e tocando nos semáforos, dependendo da boa vontade das pessoas, que podiam ou não contribuir pelo seu show.
Saber como que é depender de atitudes solidárias fez com que Gabriel e a esposa sempre passassem para frente a corrente do bem que os beneficiou, ajudando quem precisa dentro de suas possibilidades.
Infelizmente, o casal teve seu violão furtado e por não ter mais um instrumento para chamar a atenção das pessoas no semáforo com sua música, eles têm vendido paçoca para garantir o sustento básico até as coisas melhorarem.
Em entrevista, Gabriel declarou: “Ele disse na hora: Foi Deus que mandou você aqui”, em referência ao momento que surpreendeu o rapaz que estava na calçada dando-lhe uma blusa e comida.
Não se sabe quem é o homem beneficiado pela bondade de Gabriel, tão pouco se alguma boa alma vai passar essa corrente do bem para frente dando um violão ou um trabalho para o músico e sua esposa, mas uma coisa é certa: em tempos de frieza da humanidade, ver alguém com pouco fazendo o que ninguém quis fazer por um morador de rua com frio e fome, aquece e alimenta o coração e a esperança em dias melhores.