Igreja realiza primeira cerimônia no mundo de mudança de nome para mulher trans

Após viver quarenta anos como homem, ele se assumiu como uma mulher trans e recebeu a benção na igreja.

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Religiões como cristianismo, protestantismo e judaísmo possuem em suas escrituras alguns tradicionalismos, que muitas vezes são interpretados ao pé da letra e geram bastante atrito entre alguns religiosos, inclusive, entre membros de uma mesma denominação religiosa.

Apesar dos atritos quanto a diferentes pontos, uma parte em comum que as três religiões possuem é não reconhecer a variedade de gêneros e orientações dos fiéis. Entretanto, uma igreja da Noruega se tornou a primeira no mundo a não só aceitar a condição de um fiel que se assumiu como uma mulher trans, como de realizar uma cerimônia de consagração de mudança de nome para Elin Stillingen.

Stillingen contou em um programa de TV da Noruega que viveu quarenta anos como homem, mas que em seu íntimo, se identificava com o gênero feminino. Desde sua infância, Stillingen percebia que era diferente das outras crianças, mas como assuntos relacionados a gênero e sexualidade não eram debatidos na escola, sempre se calou.

Os anos se passaram e após os quarenta anos, Stillingen tomou uma decisão: ia se transformar em mulher. Mudou o visual, passou a se maquiar e comprar roupas e acessórios tipicamente femininos.

Stillingen queria continuar frequentando a Igreja Hoff, em Toten, e recebeu total apoio do líder espiritual do local, Stein Ovesen, que se tornou o primeiro sacerdote a realizar uma cerimônia de mudança de gênero.

Em entrevista à TV 2 da Noruega, Elin declarou após o evento religioso: “Sou membro da igreja norueguesa e também estou saindo do armário como cristão, então essa cerimônia foi importante para mim’.

O padre que realizou a cerimônia também foi entrevistado e declarou: “Ter permissão para caminhar pela vida e saber que tem Deus ao longo do caminho ainda significa muito para muitos. Na ala conservadora haverá padres que estão profundamente preocupados com o que fizemos hoje”.

O caso gerou divisão entre os fiéis. Parte deles não se importou que Elin tenha realizado a cerimônia na igreja, enquanto outros repudiaram a novidade.