Wellington Corrêa, de 46 anos, se tornou o primeiro pai solteiro adotante do estado do Mato Grosso e conseguiu a guarda provisória de uma bebê de 3 meses. O servidor público ficou quatro anos na fila de espera antes de conseguir a guarda provisória de seis meses da pequena Ana, tirando licença paternidade do trabalho para estar mais próximo da filha neste período.
O servidor público conseguiu a licença paternidade garantida na Constituição Federal, seguindo a jurisprudência do STF que determina o prazo de licença maternidade. A decisão da suprema corte determinou que o prazo de licença ao adotante não deve ser inferior ao da licença concedida para gestantes, além de não haver distinção entre mãe ou pai adotante.
Em entrevista ao G1, Wellington disse que tudo aconteceu muito rápido após a Justiça tomar a decisão e precisou da ajuda de amigos e familiares para conseguir lidar com os primeiros cuidados da filha. O servidor recebeu muitas dicas valiosas de parentes e amigas que são mães, usando para comprar tudo que a bebê iria precisar.
Além disso, contou que as noites com Ana tem sido bem tranquilos e que ela dorme bastante, mas durante o dia têm bastante trabalho. Ele declarou que sua vida mudou totalmente desde a adoção, mas que é um cansaço prazeroso e está muito feliz: ‘Estou muito feliz e realizado‘. A pequena já é o centro das atenções do papai e da nova família, que sempre liga para saber notícias mesmo estando longe.
Desejo de adotar uma criança
Wellington contou ao G1 que sempre teve o desejo de adoção formada em sua cabeça, mas considerava que ainda não tinha estrutura física, financeira e emocional para seguir em frente. No entanto, tudo mudou há cerca de 5 anos e o servidor decidiu que havia chegada a tão esperada hora, entrando no site do TJMT e fazendo o envio de toda a documentação necessário para sua habilitação no processo.
Após análise da documentação, ele começou a cursar o curso de preparação ministrado pela Associação Mato-grossense de Pesquisa e Apoio à Adoção (Ampara), destinado a ensinar sobre criação, adoção e várias outras informações para o bem-estar dos pais e da criança.
O servidor desabafou sobre o processo e declarou que muitos acham que a adoção é feita de forma rápida e instantânea, ressaltando ser necessário muito treinamento emocional e preparação. Wellington afirmou que, geralmente, o histórico de crianças colocadas para adoção não é simples, sendo necessário encarar a situação mesmo sem o conhecido do que a criança viveu.
Alegria com a decisão da Justiça
Após todos os cursos da Ampara, Wellington entrou para a lista nacional, estadual e municipal de pessoas habilitadas para adoção, sendo acompanhado por uma psicóloga enquanto esperava sua vez. A grande notícia foi recebida em julho deste ano e deu início ao processo de aproximação, conseguindo a guarda provisório após dois meses.
O servidor contou que a adoção da bebê foi uma grande surpresa, já que informou no processo de habilitação que queria uma criança de até 5 anos. Ele disse que no dia que, no dia conheceu Ana, sentiu um misto de sentimentos que é impossível de explicar e sabia haver chegado sua vez de ser pai.
Para terminar a entrevista, ele contou que agora os dois terão seis meses de convivência e no fim do processo poderá ajuizar o pedido da guarda definitivo. A pequena já faz parte do plano de saúde do pai e está recebendo todos os cuidados de um pediatra.