Em São Paulo, Jacqueline Chanel fundou a primeira igreja trans do Brasil e procura atender principalmente as pessoas em situação de vulnerabilidade. Além de pastora, ela é cabeleireira, é trans e tem uma longa história para contar, pois já passou por momentos complicados.
Jacqueline contou ao portal IG que frequentava uma igreja quando conheceu o Evangelho Inclusivo, só que na época disseram a ela que se tratava de uma seita satânica. Mesmo assim procurou se informar melhor e se apaixonou por esse Evangelho, onde Jesus aceita as pessoas como elas são.
Ela frequentou uma igreja que estava aberta a gays, bissexuais, mas praticamente não tinha trans ou travestis e achou isso injusto. A partir daí decidiu buscar pessoas trans para a igreja, mas o responsável pela instituição não achou isso certo e decidiu tirá-la de lá.
Só que isso não a fez desistir, pelo contrário, Jacqueline Chanel abriu um projeto onde busca a população trans, de modo especial aquelas pessoas em situação de rua.
Durante a pandemia causada pelo novo coronavírus, encarou muitos novos desafios, mas continuou seu trabalho, sempre priorizando aqueles que estavam em situação de vulnerabilidade.
Antes de entregar alimento às pessoas, fazia uma oração com todos e assim seu projeto foi crescendo.
“Mesmo sendo muito criticada e acusada de ter um culto demoníaco, não fico assustada. É o que fazem com pessoas trans e LGBTQIAP+ no geral: nos demonizam e tentam nos colocar como vilões, o que não corresponde à realidade“, disse a pastora.
Orgulhosa do que faz, Jacqueline diz que está muito feliz, se sentindo realizada e lamenta o fato de muitas igrejas não aceitarem as pessoas trans. Ela lamenta que muitas igrejas se comportam como clubes, onde só pode entrar quem paga uma mensalidade.