Nova variante do HIV desconhecida por décadas é identificada; mutação é mais violenta e contagiosa

O vírus batizado de VB destrói os linfócitos CD4, uma espécie de glóbulos brancos que são capazes de protger as pessoas de infecções.

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Uma nova variante do HIV, até então desconhecida e mais virulenta que o comum foi encontrada por cientistas. A descoberta foi divulgada na última quinta-feira (3). Sabe-se até agora que ela circulou na Holanda nas últimas décadas.

Calcula-se que a variante surgiu ainda nos anos 90, em Amsterdã, antes mesmo de ter tratamentos mais eficazes disponíveis.

Medicamentos disponíveis funcionam contra a variante descoberta

Apesar de a variante causar preocupação por demonstrar capacidade evolutiva do HIV e ser mais virulenta, não é motivo para pânico. Estudos indicam que os medicamentos atuais contra o HIV funcionam em pessoas que contraíram o vírus. O estudo mostrou ainda que a variante está em declínio desde 2010.

Ainda segundo os dados divulgados na revista Science, o vírus batizado de VB destrói os linfócitos CD4, uma espécie de glóbulos brancos que são capazes de proteger as pessoas de infecções.

Se não tratada, a doença pode atingir, em apenas nove meses, uma fase mais avançada. A variante mais comum atingiria essa fase em 36 meses.

Epidemiologista reforça que não há motivo para pânico

O epidemiologista Chris Wymant, da Universidade de Oxford, reforça não haver motivos para alarde após a descoberta.

“As pessoas não precisam de se preocupar. A descoberta desta variante sublinha a importância das recomendações que já estavam em vigor: que as pessoas em risco de contrair o HIV devem ter acesso a testes regulares para permitir um diagnóstico precoce e um tratamento imediato”, afirmou.

HIV no Brasil

Atualmente no Brasil existem cerca de 920 mil pessoas vivendo com HIV. Desse total, 89% já foram diagnosticadas e 77% fazem o tratamento com remédios antivirais. Das que estão em tratamento, 94% não transmitem mais a doença por estarem com a carga viral baixa. Mesmo assim, em 2019 o Brasil ainda apresentava uma taxa de 4,1 mortes por 100 mil habitantes em decorrência da doença.