Estudo descobre que parte dos idosos infectados podem desenvolver sequelas após a Covid-19

O estudo fez comparações em grupos de pessoas acima de 65 anos infectadas antes de abril de 2020.

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Um estudo desenvolvido por um plano de saúde da América do Norte, e publicado na revista científica The BMJ, indica que 32 em cada 100 idosos que contraem a Covid-19 desenvolvem complicações alguns meses após a infecção.

A pesquisa foi realizada em 2020, durante a primeira onda do surto de coronavírus, usando dados de pessoas com 65 anos ou mais que usavam medicamentos prescritos. Para o estudo, o UnitedHealth Group monitorou informações coletadas de exames realizados por pessoas infectadas antes de 1º de abril de 2020.

Para comparação, são listados os dados de três grupos de idosos que não estavam infectados com Covid antes desse momento, mas estavam recebendo algum medicamento: o grupo de comparação em 2020 (87,337 mil pessoas); o grupo que procurou o médico e passava por outros tratamentos em 2019 (88.070); e ainda outro grupo que tinha doença viral do trato respiratório inferior (73.490).

Os dados mostram que entre a população idosa infectada pelo novo coronavírus e os pacientes que fizeram acompanhamento médico em 2020, os pacientes com Covid-19 tiveram maior probabilidade de desenvolver insuficiência respiratória (7,55%), hipertensão (4,43%), fadiga (5,66%) e diagnósticos de problemas de saúde mental (2,5%). Quando os infectados de 2020 foram comparados ao grupo de idosos de 2019, os resultados foram semelhantes.

Entre aqueles com problemas respiratórios, apenas sintomas como insuficiência respiratória, demência e fadiga tiveram maior probabilidade de surgir nos infectados após a fase aguda da Covid-19 (2,39%, 0,71% e 0,18%, respectivamente). Os pesquisadores registraram tudo o que surgiu 21 dias após o diagnóstico inicial da Covid-19, durante o estágio crítico da infecção.

Pacientes internadas tiveram um índice maior no desenvolvimento de sequelas. O estudo apontou ainda que os homens, pessoas negras, maiores de 75 anos também desenvolveram problemas pós-infecção por covid-19. Os autores da pesquisa concluíram que o estudo pode ajudar a antecipar o planejamento para futuras complicações na saúde dos grupos examinados.