A meta de um vírus dentro do corpo humano é bem simples de ser explicada: invadir as células do organismo vivo e usá-las para criar cópias idênticas de si mesmo, que repetirão esse processo de reprodução. Essa é a principal característica para defini-lo.
O ciclo em que um vírus entra no ser vivo e começa a se replicar pode se prolongar por alguns dias. O sistema imunológico consegue lidar com o problema e começa a se defender dessa invasão, porém, o quadro pode evoluir para uma situação mais séria e o vírus pode ser mortal para qualquer ser vivo, inclusive os seres humanos.
Além desse ciclo conhecido pela maioria desses vírus, há um grupo que tem um tipo de invasão mais séria. Depois da primeira infecção, eles ficam escondidos no organismo por meses, anos ou até décadas. Somente quando acabam as células de defesa é que eles começam a atacar novamente o organismo.
A infecção pode reaparecer e causar problemas de saúde. Dentre os vírus está o do HIV, causador da AIDS, responsável por um grande número de mortes desde quando foi diagnosticado pela primeira vez. Além dele, há o da herpes simples 1 e 2 que provocam feridas no canto da boca e nos genitais.
Quando surgiu o Sars-CoV-2, causador da covid-19, especialistas começaram a estudar o comportamento do vírus, para descobrirem se eles também faziam parte desse grupo que fica escondido e reaparecem anos depois.
Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil garantem que é pouco provável essa capacidade. “O Sars-CoV-2 é um vírus de RNA que não possui aquela enzima de transcriptase reversa, como o HIV. Portanto, ele não consegue se integrar ao nosso genoma“, disse Carlos Menck, do Departamento de Microbiologia do ICB-USP.