Precisamos colocar um limite à ganância das mineradoras

A Serra do Curral está sob gravíssima ameaça e isso é uma coisa que toda a população da região precisa entender.

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É com esse alerta, que Gustavo Mendes, comediante e hoje pré-candidato a deputado federal convoca a sociedade mineira.

“Mariana e Brumadinho nos mostraram, através de tragédias, o modo irresponsável como as mineradoras operam”, completa e vai além. 

“É o que se pode chamar precisamente de uma gigantesca organização criminosa, que junta empresas e poder público, para atingir seus propósitos que ignoram razões de preservação ambiental, históricas, e interesses de toda uma população”.

Gustavo destaca que se trata de um acordo tóxico: “Essas mineradoras são patrocinadoras da campanha do atual governo do Estado e agora estão cobrando a conta. Botaram seus representantes no Conselho Estadual de Política Ambiental para controlar as decisões”.

Foi na madrugada do dia 30 de abril que o Copam aprovou o licenciamento de um projeto da Tamisa que autoriza o escavamento por treze anos numa área do tamanho de 1.200 campos de futebol 

“Mas, essa conspiração é mais antiga”, ressalta, “foi durante a ditadura militar que a Serra do Curral sofreu um processo de destombamento, e o lado de Nova Lima deixou de ser protegido, abrindo caminho para pedidos de exploração mineral”.

O artista ressalta os motivos evidentes do conluio: “Pra ganhar montanhas de dinheiro, que serão divididos entre uns poucos empresários e acionistas, as mineradoras esburacam a ética e a ecologia. E se deixarmos que eles destruam nosso patrimônio, daqui a uns anos estaremos chorando vidas perdidas, como choramos em Mariana e Brumadinho”.   

Gustavo comenta a importância daquele patrimônio que não é só uma preocupação de ambientalistas:

“Não é por acaso que BH foi construído aos pés da serra. Os fundadores da cidade estudaram a importância desse maciço na regulação climática, na distribuição de chuvas, no controle da temperatura e na recarga hídrica de córregos importantes.

70% da água tratada que chega aos belorizontinos vem pela adutora Taquaril, que fica nos limites entre BH, Nova Lima e Sabará.

Além de destruir o cartão portal e uma importante reserva de mata atlântica, a poluição vai contaminar a água e o ar de toda a população.  

Quando as pessoas – especialmente as mais pobres – começarem a lotar os postos de saúde com doenças respiratórias, já terá sido tarde demais.”

E sentencia: “Minas não é das mineradoras. Minas é dos mineiros.”

Por fim, Gustavo conclama a população para que mostre sua revolta contra o que ele chamou de “mais uma tragédia anunciada”:

“No dia 05 de junho, o dia mundial do Meio Ambiente, vamos nos unir num “abraço” à Serra do Curral.”

O evento é organizado pelo Movimento Salve a Serra do Curral em parceria com outras entidades.