Um bebê precisou passar por um procedimento cirúrgico estando ainda dentro do útero materno. Quando a mãe estava no segundo trimestre gestacional, exames detectaram que havia um tumor na região do tórax da criança. O quadro considerado raro é chamado de sequestro pulmonar, em que a massa fica semelhante a um pulmão. Inclusive, chega a ser irrigada por vasos sanguíneos, porém sem função específica.
A mãe do bebê, a jornalista Polyana Resende Brant, de 34 anos, relatou que escolheu Ragnar como nome do filho mesmo antes de saber que ele passaria por tanta coisa. “Esse tumor, apesar de não ser maligno, ou seja, não ser um câncer, estava crescendo e comprimindo os órgãos do bebê”, explicou a médica cirurgiã que cuidou do caso.
Os profissionais que acompanhavam a gestação avisaram a mãe que o filho não sobreviveria sem uma intervenção cirúrgica. Mesmo que a equipe médica realizasse um parto de emergência, o pequeno que tinha apenas 29 semanas poderia não resistir. “Foi desesperador descobrir isso”, desabafou a mãe do pequeno Ragnar.
Médica explica procedimento
De acordo com a médica Danielle, especialista em casos de alto risco, o caso do bebê indicava a necessidade de um procedimento que visava queimar um dos vasos responsáveis por abastecer o tumor com sangue. A profissional usou uma agulha grossa com fibra de laser para realizar a cirurgia.
No entanto, após 10 dias a equipe descobriu que a circulação do tumor buscou outro caminho fazendo com que o tumor voltasse a crescer. A médica relatou que foi difícil contar aos pais a notícia. A equipe resolver tentar o procedimento novamente sem destruir apenas o vaso, mas o tumor inteiro.
Os pais aceitaram a nova tentativa e a especialista fez questão de ressaltar que foi o mais difícil de sua vida. Desta vez, o procedimento foi um sucesso e o tumor não cresceu mais. A criança nasceu no dia 18 de maio e o exame realizado mostrou que não havia nenhum indício do tumor.