A prescrição de isotretinoína, conhecida pelo nome Roacutan, não é novidade nas clínicas dermatológicas. É uma alternativa para os pacientes que ainda sofrem de acnes que inflamam, deixam cicatrizes e destroem a autoestima mesmo após outros tratamentos. No entanto, há uma lista considerável de efeitos colaterais para esse medicamento, exigindo que os pacientes considerem muitos fatores ao decidir se devem ou não aceitar o tratamento.
Para quem sofre de pele oleosa, poros dilatados, cravos e acne inflamatória, o Roacutan pode fazer maravilhas. Carla Bortoloto, que é dermatologista clínica e cirúrgica, disse que o Roacutan é um medicamento derivado da vitamina A que encolhe as glândulas sebáceas da pele. O uso deste medicamento requer supervisão médica e tem efeitos colaterais, mas tem eficácia para pessoas com acne.
Em 2018, a maquiadora e estudante de publicidade Giovana Ferreira, de 19 anos, contou ao Uol que tentou várias opções de cremes, sabonetes e soluções secantes contra acne, foi quando decidiu iniciar o tratamento com Roacutan. Ela disse que foi uma oportunidade de obter resultados bons para pele, pois sempre teve muita acne e cravos desde os 15 anos. O programa do tratamento duraria seis meses, no entanto no segundo mês, Giovanna teve que parar de tomar a medicação.
Ela contou que nas primeiras duas semanas não teve muitos efeitos colaterais e, na terceira semana, seus lábios estavam muito secos, assim como a pele e cabelos. Mas até então, só precisava hidratar a pele conforme foi orientada. Porém, no segundo mês, ela disse que começou a ficar muito ansiosa e sentiu o corpo tremer e os braços formigando. Devido à crise de ansiedade ela precisou se afastar do trabalho, e foi orientada a interromper o tratamento com Roacutan.
Roacutan causa distúrbios mentais?
Distúrbios mentais, mais comumente a depressão, é uma das raras reações que aparecem na bula do medicamento, que diz que os pacientes que relatam problemas não demonstraram que o Roacutan seja a causa, mas sugerem que os pacientes com histórico de alguma doença mental devem ser supervisionados. Carla Bortoloto, diz que, embora seja pequena frequência, há estudos que indicam um aumento de casos de depressão entre os pacientes que utilizam o medicamento.