Omayra Sanchez Garzón tinha apenas 15 anos quando aconteceu a erupção do vulcão Nevado Del Ruiz, na Colômbia, em 1985. Diversas cidades foram destruídas e 25 mil pessoas morreram. Entre os mortos estava Omayra. O falecimento da adolescente foi emblemático por diversos fatores.
Omayra morava no bairro Santander, em Armero. A adolescente vivia com o pai, Álvaro Enrique, a mãe, María Aleida, o irmão, Álvaro Enrique, e a tia, María Adela Garzón. Pouco antes de o vulcão entrar em erupção, a mãe viajou para Bogotá, capital da Colômbia.
María Aleida não estava em casa quando lama misturada a material vulcânico atingiu a região. A casa de Omayra foi atingida pela onda de lama e dejetos. A adolescente ficou presa sob o concreto, foi ajudada por um socorrista, mas da cintura para baixo não conseguiu se livrar.
Foi aí que teve início um drama registrado pela imprensa. Durante 60 horas, a menina ficou presa da cintura para baixo. Tentativas de resgate foram feitas, mas todas elas falharam. Mergulhadores descobriram que os braços da tia morta de Omayra estava abraçados aos pés da menina.
Menina deixada para morrer na lama pediu refrigerante e comida doce
No início, Omayra parecia bem. Ela bebeu refrigerante, pediu comida doce e chegou até a ser entrevistada. Os momentos de calma eram alternados com momentos de desespero, permeados por choro. Em alguns momentos, Omayra orava. A passagem do tempo era inimiga. A adolescente passou a ter alucinações.
Horas mais tarde, descobriram que o joelho da menina estava dobrado sob o concreto. Para retirar, somente se amputassem as pernas. Não havia como fazer a amputação. O procedimento levaria a adolescente à morte. Foi aí que os médicos tomaram uma dura decisão. O mais humano era deixá-la morrer. Sessenta horas depois do início do resgate, a menina faleceu.
As imagens de Omayra deixada para morrer rodaram o mundo e causaram revolta. Será que não havia nada a fazer para que a menina fosse salva? Os voluntários trabalharam com materiais escassos e sem suprimentos básicos.