Um caso inusitado aconteceu em Cerejeiras. A professora Elaine Cosmo trabalhava como professora na Escola Dimensão, em Cerejeiras, Rondônia. Faltando dez minutos para terminar a aula do quinto ano, com alunos que possuem em média 11 anos, uma aluna levantou a mão para fazer uma pergunta.
A garota disse que perguntou para a mãe de onde vinham os bebês, mas que ela mandou que perguntasse para a professora. Elaine ficou um pouco constrangida com a situação, pois a maioria dos alunos já sabia, já que eram adolescentes e pré-adolescentes.
Professora é profissional e dá resposta didática
A professora então perguntou quem da sala não sabia e apenas quatro alunos não sabiam ou não quiseram opinar. A professora então pediu que todos os que sabiam ficassem em silêncio e explicou para a garota e demais alunos que não sabiam de onde vinham os bebês, que era necessários um homem e uma mulher adultos, responsáveis e que se amassem para conceber um filho através do ato sexual: “… Disse que o homem fabrica o espermatozoide e a mulher gera a criança no útero. Que todo mundo já foi espermatozoide um dia…” declarou Elaine.
Mães criam grupo para denegrir imagem da professora
Tudo parecia ir bem, com pergunta respondida e assunto encerrado. No dia seguinte, por volta das 13h, uma mãe telefonou para a escola para reclamar da professora, acusando-a de ter feito atos obscenos e outras irregularidades na aula.
Várias mães criaram um grupo no WhatsApp e começaram a denegrir a imagem de Elaine, que foi demitida da escola no dia 24 de outubro.
Professora fica abalada
Por conta da maldade dessas mães, Elaine contou que não está mais saindo na rua, pois as pessoas ficam dizendo que ela é a “professora que faz gestos obscenos”. A profissional ainda relatou que ficou muito abalada emocionalmente e ainda não recebeu nenhum direito ou benefício.
Dar aulas para o ensino fundamental na instituição particular Escola Dimensão, era sua principal fonte de renda, complementada pelo trabalho como manicure. Elaine tem dois filhos para criar e no momento está contado apenas com o que ganha como manicure.
Escola se pronuncia
Em nota, a instituição de ensino diz que a professora não deveria ter explicado sobre o assunto para a aluna que a questionou, pois a escola não ministra aulas de educação sexual. Em um texto longo, representantes da escola defenderam a decisão de demitir a profissional por “fugir” do conteúdo programático de aulas para os alunos do quinto ano.
Se por um lado, algumas mães e a escola criticaram a professora, por outro lado, o caso repercutiu e centenas de pessoas foram contra a decisão. Nas redes sociais, inclusive na página oficial da escola no Facebook, pessoas comentaram que se a professora tivesse falado do assunto com crianças de 3 anos, era passível de uma repreensão, não demissão, mas achar um tabu falar sobre o assunto com adolescentes que estão entrando na fase dos beijos e paqueras é inadmissível. Outros ainda a defenderam dizendo que Elaine fez pela garota o que sua mãe não teve coragem de fazer, mesmo sendo sua obrigação.
Elaine ganhou uma vaquinha virtual no portal Só Notícia Boa, cujo o objetivo é arrecadar R$10 mil para ajudá-la até que encontre um novo emprego. Até o momento desta reportagem, a vaquinha já tinha conseguido quase R$6 mil.