Em uma decisão inédita e provisória, a Justiça de São Paulo autorizou uma mulher grávida de quíntuplos a realizar um aborto parcial devido aos riscos elevados para sua vida e a dos fetos. A determinação foi tomada na última terça-feira (28).
O relator do caso, desembargador Luís Geraldo Lanfredi, destacou a possibilidade de insucesso em uma gravidez de quíntuplos. Segundo ele, o aborto parcial representa uma luz para o casal neste momento. O casal pretende manter, ao menos, dois dos cinco embriões.
Gestação teve início em abril
A gestação de alto risco teve início em abril de 2024, após a mulher realizar um procedimento de fertilização in vitro, no qual foram implantados dois embriões. Devido à idade da paciente, a implantação de até três embriões é permitida, aumentando as chances de gestações múltiplas. A mulher tem mais de 35 anos.
Em um caso raro, os dois embriões se dividiram e formaram cinco embriões. A equipe médica que acompanha a gestação alertou para os graves riscos associados ao caso. Entre as preocupações, destaca-se a alta probabilidade de os fetos nascerem extremamente prematuros e a possibilidade de a mãe sofrer um sangramento incontrolável devido à grande distensão do útero durante o parto.
Aborto parcial passou do prazo estabelecido por médico
O aborto parcial deveria ter sido realizado preferencialmente até a 12ª semana de gravidez, completada em 17 de maio, de acordo com um médico que acompanha a família. Contudo, a decisão judicial só veio após essa data, complicando ainda mais a situação delicada da gestante. Essa decisão do TJ-SP ressalta a complexidade e os dilemas éticos envolvidos em casos de gestações múltiplas de alto risco, especialmente quando a saúde da mãe e dos fetos está em perigo.