O carcinoma do colo do útero, também referido como carcinoma cervical, é uma forma de neoplasia que está predominantemente ligada à infecção pelo papilomavírus humano (HPV). De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), este tipo de câncer é o terceiro mais comum entre as mulheres, logo após os carcinomas de mama e colorretal, e representa a quarta maior causa de mortalidade feminina por câncer no Brasil.
O carcinoma cervical tem um desenvolvimento gradual, e os sintomas iniciais geralmente não são perceptíveis até os estágios avançados da enfermidade. O ginecologista e obstetra da Maternidade Brasília, Marcus Vinícius, esclarece que a doença afeta inicialmente o colo do útero, a área anatômica que faz contato com a vagina. Em estágios avançados, a metástase pode se espalhar para a vagina, a bexiga e o reto, que são áreas próximas ao útero, assim como para os pulmões, o intestino, o cérebro e os ossos, caracterizando a metástase à distância.
Sintomas mais comuns associados ao câncer cervical
1. Sangramento vaginal inexplicado, fora do período menstrual, inclusive após atividade sexual.
2. Corrimento vaginal anormal, com odor desagradável ou coloração atípica.
3. Dor abdominal ou pélvica persistente, podendo se intensificar durante a micção ou relação sexual.
4. Sensação de pressão na região inferior do abdômen.
5. Aumento na frequência urinária, inclusive durante a noite.
6. Perda de peso rápida e não intencional, mesmo sem mudanças na dieta.
7. Fadiga extrema.
8. Dor e inchaço nas pernas.
9. Incontinência urinária ou fecal involuntária.
Como prevenir e identificar o câncer cervical
Uma das principais medidas preventivas contra o HPV e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) é o uso de preservativos durante as relações sexuais. Além disso, a vacinação contra o HPV oferece proteção contra os principais tipos do vírus responsáveis pelas verrugas genitais e por cerca de 70% dos casos de carcinoma cervical, como explicou a ginecologista e obstetra Ana Glauce, do Exame Imagem e Laboratório/Dasa.
Os exames ginecológicos regulares, realizados anualmente ou conforme orientação médica, são fundamentais para detectar precocemente o carcinoma cervical, proporcionando à paciente um diagnóstico na fase inicial da doença e aumentando significativamente as chances de cura.
Ana Glauce ressalta que os exames de Papanicolau são capazes de identificar alterações precursoras no colo do útero que, se não tratadas, podem progredir para o câncer. Portanto, é importante realizar regularmente o exame de Papanicolau, mesmo para aqueles vacinados, a fim de abordar casos não protegidos pela vacinação.