Rebeca Andrade recebe uma bolada por suas quatro medalhas, mas Receita Federal fica com boa parte do valor

O valor por cada medalha cai consideravelmente após as taxas da Receita Federal.

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Rebeca Andrade, a maior medalhista olímpica do Brasil, capturou os corações dos brasileiros durante as Olimpíadas de Paris 2024 com seu desempenho estelar. A ginasta subiu ao pódio quatro vezes, ganhando duas medalhas de prata, uma de bronze e, finalmente, a tão esperada medalha de ouro.

Esse feito não só elevou seu status como atleta de elite, mas também trouxe consigo uma significativa recompensa financeira. A premiação de Rebeca, segundo o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), foi superior à oferecida em Tóquio 2020, refletindo não só as colocações alcançadas, mas também as modalidades, sejam elas individuais ou em grupo.

Medalhas de Rebeca Andrade renderam R$ 826 mil

Para as competições em grupo, a medalha de bronze trouxe para Rebeca e sua equipe um total de R$ 280 mil, divididos igualmente entre as cinco integrantes, resultando em R$ 56 mil para cada. Nas categorias de salto e individual geral, as pratas renderam a Rebeca um total de R$ 420 mil. Por fim, sua performance no solo, premiada com ouro, acrescentou mais R$ 350 mil ao seu prêmio total, somando um montante bruto de R$ 826 mil.

No entanto, esses valores brilhantes vêm com uma consideração fiscal significativa. De acordo com João Eloi Olenike, contador e presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), os prêmios em dinheiro de competições esportivas são considerados rendimentos tributáveis e, portanto, sujeitos ao Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF). As alíquotas variam de acordo com a tabela progressiva do Imposto de Renda para o ano vigente.

Receita Federal fica com R$ 253.750

A Receita Federal aplica uma alíquota de 27,5% sobre prêmios que ultrapassem R$ 4.664,68. Portanto, do total bruto de R$ 826 mil, Rebeca deverá pagar cerca de R$ 227.150 em impostos, deixando-a com um valor líquido aproximado de R$ 598.850. Este desconto substancial no prêmio de ouro, que reduz seu ganho para R$ 253.750, é um lembrete da carga tributária que acompanha tais vitórias.

Essa situação destaca não apenas o sucesso inigualável de Rebeca Andrade em Paris, mas também os desafios fiscais que os atletas enfrentam ao receberem prêmios monetários. Ainda que as medalhas representem o pico de suas carreiras, a realidade financeira por trás das cortinas revela uma complexa interação entre sucesso esportivo e responsabilidades tributárias.