Atrasado, homem que brigou com funcionário da Voepass ao ser impedido de entrar no avião chora desesperado

Adriano Assis foi impedido por um funcionário da companhia aérea de entrar no avião pois tentou realizar o embarque em atraso.

PUBLICIDADE

Um passageiro que havia adquirido passagem para o voo Voepass 2283, saindo de Cascavel, no estado do Paraná, com destino a Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo, foi impedido de entrar no avião por um funcionário da companhia aérea. Adriano Assis estava atrasado e chegou a discutir com um funcionário da empresa em razão da proibição de seu embarque.

Em entrevista concedida para a TV Globo, Adriano Assis contou que realizava um trabalho em um hospital de Toledo, cidade localizada a aproximadamente 40 quilômetros de Cascavel, e chegou ao aeroporto por volta das 9h40 para o embarque no voo Voepass 2283. Segundo ele, a companhia aérea não realizou o chamado para que os passageiros embarcassem.

Chorando, passageiro que foi impedido de embarcar diz que funcionário salvou sua vida

Indignado, Adriano Assis foi até um funcionário da companhia aérea e discutiu com ele. Quando descobriu o acidente, admitiu ter dado um abraço no homem, uma vez que a proibição de seu embarque pelo atraso representou a salvaguarda de sua vida, já que todas as 61 pessoas que estavam na aeronave faleceram com a queda.

“Ele salvou minha vida, cara. Ele fez o trabalho dele. Se ele não tivesse feito o trabalho dele, talvez eu não estaria aqui”, refletiu.

Cenipa comenta possíveis causas da queda do avião em Vinhedo

O Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) promoveu uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira, dia 09 de agosto, para tratar da catástrofe aérea decorrente do voo Voepass 2283. De acordo com o chefe do órgão, o brigadeiro-do-ar Marcelo Moreno, as duas caixas-pretas da aeronave já foram localizadas.

Com elas, os investigadores terão melhores condições de apuração das causas do acidente. As caixas-pretas, de acordo com o brigadeiro-do-ar, são capazes de armazenar os últimos 30 minutos de diálogos no interior da cabine de comando, além de uma série de dados sobre a situação do voo no instante em que o problema que resultou em sua queda foi deflagrado.

Durante a mesma coletiva de imprensa, o Cenipa falou sobre a teoria que tem circulado entre os especialistas de aviação a respeito de uma possível formação de gelo nas asas do avião como causa para sua queda. De acordo com o órgão, a aeronave em questão, um modelo ATR-72, de fabricação franco-italiana, tinha autorização para voar nesse tipo de condição climática, por possuir os sistemas necessários para impedir a formação de gelo. Além disso, modelos idênticos operam em locais com incidência de gelo maior que o Brasil. Ainda assim, nenhuma causa foi descartada até o momento.

Voepass emite nota após tragédia aérea

Em nota, a Voepass garantiu que o avião envolvido no desastre aéreo possuía plenas condições de funcionamento. De acordo com a companhia aérea, inexistiam restrições operacionais, e todos os sistemas estavam aptos para o voo. A empresa também se comprometeu a contribuir com as investigações para a apuração das causas do acidente e prestou solidariedade aos amigos e familiares das 61 vítimas fatais.