Novas informações sobre o acidente envolvendo o avião da Voepass que caiu em Vinhedo, São Paulo, na última sexta-feira (9), trazem à tona detalhes críticos sobre as condições adversas enfrentadas pela aeronave.
Uma análise realizada pelo Lapis, laboratório da Universidade Federal de Alagoas que realiza análises de satélites, aponta que o avião ATR 72-500 voou entre oito e dez minutos dentro de uma formação de gelo severo, uma condição climática que o manual da fabricante classifica como uma situação de emergência.
Manuel da aeronave alerta para situação emergencial
O manual da aeronave detalha que o gelo severo é caracterizado por uma taxa de acumulação tão rápida que os sistemas de proteção de gelo falham em remover o acúmulo. Em tais circunstâncias, o manual é claro ao orientar que “a equipe precisa sair dessa condição imediatamente”.
No entanto, a análise do Lapis sugere que a tripulação do voo enfrentou essa condição extrema por um período considerável, entre oito e dez minutos. O impacto do gelo severo em uma aeronave é extremamente perigoso, pois pode levar à perda de sustentação e até mesmo ao descontrole do avião.
Causa oficial da queda ainda será conhecida
A exposição prolongada a esse tipo de formação pode ter contribuído significativamente para a tragédia, que resultou na morte de todas as 62 pessoas a bordo. A causa oficial da queda do avião só srá conhecido quando o Cenipa, ligado à Aeronáutica, divulgar o laudo preliminar – no começo do mês que vem – e o laudo oficial – em um prazo de cerca de dois anos.