A declaração “muito gelo” feita pelo copiloto do voo 2283, da Voepass, momentos antes do avião cair no interior de São Paulo, foi um dos pontos centrais do relatório preliminar divulgado pela Aeronáutica na última sexta-feira (6).
O copiloto, de 61 anos, mencionou a presença de gelo nas asas da aeronave pouco antes do acidente, mas a divulgação por parte da Aeronáutica não indica se havia preocupação ou normalidade na declaração.
Problemas no início do voo
Segundo o relatório preliminar, problemas com o sistema de “de-icing”, responsável por expulsar o gelo das asas, foram notados logo no início do voo. Durante a subida, os tripulantes identificaram uma falha no dispositivo, que só foi acionado novamente uma hora depois, quando o gelo já havia se acumulado consideravelmente.
Ao longo do voo, sensores emitiram cinco alertas sobre o acúmulo de gelo, mas a tripulação pode não ter percebido a gravidade da situação. Na fase final da rota, o avião já estava em condições críticas, com baixa sustentação e velocidade comprometida. Mesmo assim, a rotina da tripulação não indicava emergência.
Tripulação seguiu rotina momentos antes do acidente
O copiloto chegou a conversar com uma comissária sobre um passageiro que precisava de cuidados especiais e passou informações burocráticas para o escritório da companhia aérea em terra. Esse comportamento sugere que a tripulação não estava plenamente ciente do risco iminente. A declaração do copiloto sobre a quantidade de gelo foi feita durante a aproximação para o pouso. O relatório final desta tragédia deve ser divulgado somente no ano que vem.