Um homem de 44 anos de idade que atuava como mesário voluntário durante as eleições municipais realizadas no último domingo, dia 06 de outubro, infartou dentro da seção eleitoral e faleceu. Edson Evangelista de Silva trabalhava como barman e, nas redes sociais, postou várias selfies, orgulhoso de seu trabalho prestado à democracia do país, antes do óbito.
A ocorrência foi registrada em um local de votação em Itaguaí, na Região Metropolitana da cidade do Rio de Janeiro. Indignados com o óbito, em razão das alegações de demora na prestação do socorro, a família disse que Edson amava trabalhar como mesário, sendo a terceira vez que exercia a função.
Família de mesário que morreu em local de votação denuncia demora para o socorro
Relatos de testemunhas indicam que o barman começou a passar mal por volta das 15 horas. Neste momento, ele teria sido socorrido por colegas mesários e eleitores que estavam no local. De acordo com a família, não havia nenhuma ambulância à disposição para o socorro, postergando a chegada de resgatistas.
Sem ambulâncias, os populares que estavam no local pediram o apoio do carro do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) que estava acionado no local de votação, a escola Ciep Dulce, no bairro Chaperó. Contudo, o socorro foi negado, sob o argumento de que o automóvel não poderia sair da seção eleitoral até o fechamento das urnas.
Na sequência, os populares teriam procurado o apoio da Guarda Municipal, que, em um primeiro momento, também se recusou a prestar o socorro. Com isso, foi necessária forte insistência, pressão e tumulto da parte das pessoas que tentavam socorrê-lo para que os guardas aceitassem ajudá-lo.
Mesário foi levado a hospital
No fim das contas, duas pessoas que acompanhavam Edson encontraram uma ambulância estacionada e pediram apoio para o deslocamento. O mesário foi levado ao Hospital Municipal São Francisco Xavier, na região central da cidade, mas, poucos minutos após dar entrada na unidade de saúde, teve o óbito confirmado. De acordo com o atestado de falecimento, a causa foi um infarto agudo do miocárdio.
“Nem colocaram a mão no meu irmão e o tempo foi passando e ninguém se pronunciou, não tinha ambulância, ninguém socorreu o meu irmão. Ele estava prestando serviço para o TRE e não foi socorrido”, desabafou a irmã da vítima, chamada Alba Valéria da Silva. “Houve uma grande negligência, omissão de socorro. Ele não era só um irmão, ela era mais que um irmão, ele era um pai para mim, para os meus filhos. Se tivessem socorrido ele a tempo, ele estaria aqui conosco hoje”, lamentou.
TRE emite nota negando haver pedido por suporte de automóvel
O TRE, por sua vez, afirmou que não houve nenhum pedido para a utilização de automóvel a seu serviço na circunscrição da 105ª Zona Eleitoral, que compreende a cidade de Itaguaí. Inclusive, o tribunal disse que, ao contrário dos relatos das testemunhas, não havia carro estacionado na seção eleitoral onde o mesário passou mal, pois todos os veículos circulavam a serviço em razão da elevada demanda gerada pela própria eleição. O caso segue sendo investigado.