A cidade de Parelhas, no Rio Grande do Norte, foi palco de um grave incidente envolvendo um mutirão de cirurgias de catarata, que resultou na perda do globo ocular de nove pacientes. A prefeitura da cidade confirmou o aumento do número de vítimas e afirmou que o Ministério Público Estadual já iniciou uma investigação para apurar as causas da contaminação.
A situação gerou grande repercussão, levantando questões sobre a responsabilidade do município e da empresa contratada para realizar os procedimentos. Além das investigações do Ministério Público, o caso também é analisado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio Grande do Norte.
TRE apura o caso
Segundo informações, o TRE busca entender se houve crime eleitoral no mutirão, que foi realizado nove dias antes da reeleição de Tiago Almeida, prefeito da cidade pelo PSDB. A suspeita é de que a ação possa ter sido usada como benefício eleitoral para o político.
A prefeitura de Parelhas defendeu-se das acusações, afirmando que o credenciamento para as cirurgias foi feito de forma regular, envolvendo cinco empresas através de um portal de compras públicas. A administração municipal também informou que o pagamento pelos serviços ainda não foi efetuado, pois aguarda a conclusão das investigações.
Desabafo de uma paciente
O episódio gerou apreensão entre a população local, que questiona a segurança e a eficiência dos serviços de saúde prestados no município. Uma das vítimas, identificada como Vitória Dantas, desabafou em entrevista. “Muita tristeza, porque eu fui na esperança de enxergar, não sei se eu vou enxergar”, disse a mulher de 49 anos, que está em casa, sem poder trabalhar e fazer as atividades físicas de que gostava.