O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (25) que considera possível ser preso a qualquer momento, após ser indiciado pela Polícia Federal sob acusações graves. Ele é investigado pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado e organização criminosa.
A declaração foi dada no aeroporto, onde Bolsonaro estava acompanhado dos senadores Rogério Marinho (PL-RN) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ). “Eu posso ser preso ao sair daqui [do aeroporto]”, declarou o ex-presidente.
Além das investigações relacionadas ao indiciamento, Bolsonaro enfrenta outros processos, incluindo suspeitas de desvio de joias recebidas durante seu mandato. Especialistas apontam que, caso condenado, ele pode enfrentar uma pena de até 28 anos de prisão.
Ex-presidente rejeitou envolvimento em plano de golpe
Em sua defesa, Bolsonaro reafirmou que sempre agiu “dentro das quatro linhas” da Constituição, rejeitando qualquer envolvimento em um plano de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022. “Ninguém vai dar golpe com general da reserva e mais meia dúzia de oficiais. […] Da minha parte, nunca houve discussão de golpe”, afirmou.
Ele classificou a ideia como inverossímil e também questionou quais seriam os desdobramentos de uma ação desse tipo. O caso está nas mãos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
PGR decidirá se apresenta denúncia
Alexandre de Moraes deve encaminhar o inquérito à Procuradoria-Geral da República. A PGR será responsável por decidir se apresenta uma denúncia formal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Nos últimos anos, o ex-presidente enfrentou uma série de investigações, mas essa é a primeira vez que ele admite publicamente a possibilidade de prisão iminente. A declaração foi vista por analistas como um movimento estratégico, possivelmente para mobilizar sua base de apoiadores.