A Polícia Federal concluiu o relatório da investigação sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022, envolvendo aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. O documento revelou o papel do padre José Eduardo de Oliveira e Silva, da Diocese de Osasco (SP), como um dos colaboradores do esquema.
O religioso teria participado da elaboração da minuta do golpe e até criado uma “oração ao golpe”, sugerindo que os brasileiros rezassem pelos nomes de 17 generais e do ministro da Defesa. O padre José Eduardo foi um dos 37 indiciados no inquérito.
Padre foi alvo de operação no começo do ano
Em fevereiro, o religioso foi alvo da operação Tempus Veritatis, que impôs medidas cautelares para evitar sua prisão. Entre elas, estavam a entrega de passaportes e a proibição de contato com outros investigados. As investigações mostraram sua ligação com Filipe Martins, ex-assessor de Bolsonaro, e Amauri Feres Saad, advogado apontado como “mentor intelectual” do plano.
De acordo com o relatório, o padre participou de uma reunião em novembro de 2022 com Filipe e Amauri no Palácio do Planalto, como confirmado pelos registros de entrada. O encontro fazia parte de discussões sobre a instalação de um regime de exceção, com apoio de militares de alta patente.
Padre teria contribuído com ideias
Além disso, mensagens e e-mails encontrados pela PF indicam que o padre contribuiu com ideias jurídicas para justificar o golpe. Um dos documentos enviados por ele abordava a aplicação do Artigo 142 da Constituição, defendendo amplos poderes ao Presidente da República, incluindo a possibilidade de remover ministros do STF sem seguir o devido processo legal.