A ameba “comedora de cérebro” não recebeu esse nome por acaso. O protozoário da espécie Naegleria fowleri tem a capacidade de entrar pelo nariz humano, alcançar o cérebro e atacar os tecidos cerebrais, provocando uma condição devastadora conhecida como meningoencefalite amebiana primária (MAP).
Apesar de extremamente rara, a infecção causada por essa ameba é quase sempre fatal, como se suspeita ter ocorrido com uma menina de apenas 1 ano e três meses em Caucaia, no Ceará. A Secretaria da Saúde do Ceará está investigando a morte da criança.
A menina desenvolveu uma doença identificada como “meningoencefalite”, causada pelo protozoário. Este caso trágico chama a atenção para os perigos, embora incomuns, desse organismo microscópico e a morte da criança no Ceará continua sendo investigada.
Esta ameba vive em água doce
A ameba “comedora de cérebro” é um protozoário de vida livre, o que significa que não depende de hospedeiros para sobreviver. Ela é comumente encontrada em água doce, seja poluída ou limpa, como rios, lagoas, redes de abastecimento público e piscinas.
Sua preferência por ambientes quentes a torna especialmente presente em locais onde a temperatura da água varia entre 40°C e 45°C. Estas informações foram confirmadas por um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Católica do Chile e do Centro Federal de Educação Tecnológica de Química de Nilópolis (RJ).
Contaminação por esta ameba é rara
Nos Estados Unidos, mais da metade dos casos documentados ocorreram no Texas e na Flórida, onde as águas mornas das lagoas favorecem o crescimento do protozoário. Importante frisar que a infecção não ocorre pela ingestão de água contaminada, mas sim quando a água infectada entra pelo nariz, conforme explica o CDC – Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos.
Embora milhões de pessoas frequentem ambientes com águas quentes e recreativas, apenas uma minoria é infectada. Até hoje, a ciência não sabe explicar por que algumas pessoas são suscetíveis, enquanto outras, expostas nas mesmas condições, não desenvolvem a doença.