O trágico caso de Mateus Bernardo Valim de Oliveira, um menino de apenas 10 anos que desapareceu em Assis (SP) enquanto andava de bicicleta, ganhou novos contornos após a confirmação da morte da criança e a prisão de Luis Fernando Silla de Almeida, um homem de 46 anos e amigo da família da vítima.
A relação entre o suspeito e Mateus era de proximidade, uma vez que o menino frequentava a casa do vizinho para consertar bicicletas. Segundo a Polícia Civil, Almeida costumava ajudar crianças do bairro com reparos, criando uma imagem de confiança que, segundo o delegado Tiago Bergamo, assemelha a um “cavalo de Tróia”, uma referência à estratégia grega de engano.
Vizinho falou sobre a morte de Mateus Bernardo
A metáfora utilizada pelo delegado ressalta a manipulação e a dissimulação do suspeito, que se aproximou da família de Mateus com intenções aparentemente inofensivas, mas que escondiam um lado obscuro. Durante uma coletiva de imprensa, Bergamo enfatizou a importância de entender essa dinâmica, onde a confiança foi utilizada como uma ferramenta para perpetrar um ato tão horrendo. Essa relação de amizade e ajuda, que poderia ser vista como um ato de bondade, escondeu as verdadeiras intenções de Almeida.
Ao confessar o crime, o suspeito alegou que foi influenciado por vozes que o incitaram a cometer o ato, revelando um estado mental perturbado. “E, aí, essas vozes que levaram ele a fazer esse ato aí bárbaro”, revelou o delegado, ao contar o que teria levado o vizinho a tirar a vida do menino.
Inveja das crianças
Ainda segundo o delegado, Almeida expressou sentir inveja da alegria das crianças do bairro, o que teria contribuído para o seu comportamento violento. “O que ele nos contou foi que sentia meio que inveja da felicidade das crianças, algo assim”, disse Bergamo, enfatizando a complexidade dos fatores psicológicos envolvidos no crime.