As investigações sobre o trágico caso do bolo que resultou na morte de três pessoas em Torres, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, ganharam novos desdobramentos com as declarações do delegado Marcos Vinícius Veloso à RBS TV.
De acordo com os relatos das sete pessoas que consumiram o doce, um gosto estranho e apimentado foi percebido logo nos primeiros pedaços. A aposentada Zeli dos Anjos, responsável pela preparação do bolo, teria interrompido o consumo após ouvir as reclamações dos convidados.
Delegado fala sobre o caso
“Segundo alguns depoimentos, havia pessoas que inclusive nem queriam muito comer”, revelou o delegado após ouvir testemunhas. Segundo Marcos Vinícius, alguns familiares de Zeli acabaram consumindo o doce apenas para não fazer desfeita, que foi descrita como uma pessoa muito carinhosa.
A investigação se concentra agora na possível presença de arsênio no sangue das vítimas, uma descoberta alarmante feita após exames realizados no hospital. A origem dessa substância tóxica ainda está sob investigação, e a Polícia Civil já ouviu cerca de 15 pessoas para esclarecer as circunstâncias do ocorrido. A expectativa é que os laudos periciais do bolo, que devem ficar prontos na próxima semana, possam trazer respostas sobre a contaminação do alimento e o que realmente causou a tragédia.
As vítimas
As vítimas fatais, que eram parte da mesma família, foram identificadas como as irmãs Neuza Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva, além de Tatiana Denize Silva dos Anjos, filha de Neuza. Zeli, irmã das falecidas, permanece internada em estado estável, assim como um neto de 10 anos, que também apresentou sintomas. O marido de Neuza, que não consumiu o bolo, não apresentou qualquer sintoma, enquanto o marido de Maida, que comeu o doce, já recebeu alta hospitalar. A família, que tinha uma relação próxima, não aparenta ter disputas por herança, segundo a polícia.