Uma tragédia abalou a cidade de Parnaíba, no litoral do Piauí, onde uma família foi vítima de envenenamento após consumir um prato de baião de dois contaminado com uma substância tóxica. Na madrugada desta segunda-feira (6/1), Lauane da Silva, de apenas três anos, faleceu no Hospital de Urgência de Teresina (HUT), tornando-se a terceira vítima fatal desse incidente.
O caso teve início no dia 1º de janeiro, quando nove membros da mesma família foram hospitalizados com sintomas de envenenamento após o almoço. Além de Lauane, seu irmão, um bebê de um ano e oito meses, e seu tio, um jovem de 18 anos, também não resistiram. A mãe de Lauane, Francisca Maria da Silva, de 32 anos, e sua irmã de quatro anos permanecem internadas, enquanto outras quatro pessoas já receberam alta hospitalar.
IML apura tipo de veneno presente em comida que matou familiares
De acordo com a perícia do Instituto de Medicina Legal (IML), o veneno identificado no alimento é o terbufós, um pesticida altamente tóxico da classe dos organofosforados. A substância é conhecida popularmente como “chumbinho”. A substância foi encontrada em grande quantidade no baião de dois consumido pela família, com grânulos visíveis no arroz.
Inicialmente, suspeitou-se que peixes doados à família na noite de Réveillon estivessem contaminados. No entanto, exames periciais descartaram essa possibilidade, e o casal que realizou a doação não é mais considerado suspeito pela polícia. As investigações agora se concentram em determinar como o veneno foi introduzido no alimento. O delegado Abimael Silva, responsável pelo caso, afirmou que “é impossível ter ido parar lá sem intenção de alguém”.
Tragédia se repetiu após um ano
Este não é o primeiro episódio trágico envolvendo a família relacionado a veneno. Em 2024, dois meninos de 7 e 8 anos, filhos de Francisca Maria, morreram após ingeridos com a mesma substância tóxica. Uma vizinha foi presa e condenada por duplo homicídio qualificado relacionado a esse incidente.
A comunidade de Parnaíba está consternada com a repetição de tragédias envolvendo a mesma família. As autoridades intensificaram as investigações s responsáveis pelo envenenamento e evitar que novos casos ocorram. A população local também tem sido alertada sobre os perigos do uso indiscriminado de substâncias tóxicas, como o “chumbinho”, que, embora ilegal, ainda é utilizado como raticida em algumas regiões.
A morte de Lauane da Silva eleva para três o número de óbitos decorrentes deste envenenamento coletivo, enquanto dois familiares seguem lutando pela vida nos hospitais de Teresina e Parnaíba. A polícia continua trabalhando para elucidar o caso e trazer justiça para as vítimas e seus entes queridos.