O casal que doou uma cesta básica e peixes para a família envenenada em Parnaíba, no litoral do Piauí, expressou receio de sofrer represálias devido à repercussão do caso.
Apesar de laudos do Instituto Médico Legal (IML) confirmarem que o veneno estava no arroz preparado pela família, e não nos peixes, os dois enfrentam ataques nas redes sociais. O casal foi até o Fantástico para falar sobre o caso.
Casal que fez doação desabafa no Fantástico
“Deixei de mexer nas redes sociais só pra não ver comentário. A gente fica ruim da cabeça. Tá complicado dormir com essa situação”, desabafou o marido, que pediu anonimato durante entrevista ao Fantástico.
A preocupação deles se justifica pelo histórico de violência em casos similares: em 2024, a casa de uma mulher acusada de envenenar crianças com cajus contaminados foi incendiada. O casal, que realiza doações há mais de cinco anos, afirmou que todos os peixes doados no mesmo dia foram consumidos por outras famílias sem problemas.
Polícia investiga como substância foi parar no arroz
A tragédia ocorreu em 1º de janeiro de 2025, quando nove membros da mesma família foram hospitalizados após o almoço. Três morreram: um bebê de um ano e oito meses, uma criança de três anos e um jovem de 18 anos.
De acordo com o delegado responsável pelo caso, o veneno identificado no arroz foi “terbufós”, um inseticida altamente tóxico que afeta o sistema nervoso, causando sintomas graves como convulsões, cólicas e falta de ar. A substância é a mesma utilizada em 2024 no envenenamento de dois meninos da mesma família.
Os laudos indicaram que o baião de dois foi preparado na noite do Réveillon e consumido sem problemas. No dia seguinte, parte do prato foi servida com os peixes doados, e os sintomas de envenenamento começaram logo após o almoço.