Uma perícia realizada pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) do Rio Grande do Sul identificou que a farinha de trigo utilizada no bolo de Natal que causou a morte de três pessoas em Torres continha alta concentração de arsênio.
O pacote analisado apresentava 65 g da substância tóxica. Exames também confirmaram a presença de arsênio nos organismos das vítimas fatais.
Contaminação natural em bolo de Natal é descartada pela polícia
Segundo Marguet Mittman, diretora do IGP, uma contaminação natural pelo produto já foi descartada pela polícia. Dessa forma, a investigação trabalha com a causa proposital em colocar arsênio na farinha utilizada no bolo de Natal.
O caso segue sendo investigado pela Polícia Civil, que suspeita de envenenamento deliberado por parte de Deise Moura, nora de Zeli Teresinha, responsável por preparar o bolo. Deise está presa temporariamente e é acusada de envenenar seis pessoas da própria família.
Desavença entre Deise e Zeli não é descartada pela polícia
Segundo o delegado responsável pelo caso, as desavenças entre Deise e a sogra datam de cerca de 20 anos. “São divergências muito pequenas. É absolutamente desproporcional o motivo de cometer um crime dessa natureza. Porém, nenhuma hipótese está sendo descartada”, destacou o agente.
Dados extraídos do celular de Deise indicam que, semanas antes do crime, ela realizou mais de cem buscas na internet relacionadas a arsênio e outros venenos para matar pessoas.
O corpo de Paulo Luiz, marido de Zeli, será exumado esta semana. Ele morreu em setembro de 2024, oficialmente por infecção alimentar, mas as autoridades agora investigam se sua morte também pode ter sido causada por envenenamento.
A defesa de Deise Moura dos Anjos informou que a suspeita está colaborando com as investigações. No entanto, reafirma que a prisão temporária tem caráter investigativo e que ainda há muitas questões a serem esclarecidas no inquérito.