Taiany Caroline Martins Matos era a brasileira de 32 anos que faleceu ao cair do quarto andar de um prédio na província de Breda, na Holanda. Nascida em Brasília, no Distrito Federal, ela havia se mudado para a Bélgica há seis anos, buscando melhores oportunidades. Pedagoga por formação, ela havia se estabelecido na Europa e, há cerca de três meses, mudou-se para a Holanda após iniciar um relacionamento com um homem de 53 anos.
O óbito ocorreu na manhã da última sexta-feira, dia 03 de janeiro, no horário local. Na noite anterior, Taiany havia saído com amigas, que a acompanharam de volta até a casa do namorado pela manhã. Segundo relatos compartilhados pela irmã da vítima, Naiany Martins, ao jornal O Globo, uma das amigas afirmou que o namorado passou a noite inteira ligando para a jovem. Após ser deixada em casa, por volta das 10 horas, a vítima telefonou para as amigas, dizendo estar com medo dele. Pouco tempo depois, caiu do quarto andar do prédio onde ele morava.
Família contesta versão da polícia holandesa
Jornais locais reportaram que vizinhos ouviram gritos vindos do apartamento antes da queda, como se alguém estivesse sendo atacado. Apesar disso, a polícia holandesa declarou, após uma rápida investigação, que o caso foi um acidente. De acordo com o depoimento do namorado à família, Taiany teria se debruçado sobre a janela e caído acidentalmente.
A família de Taiany, contudo, contesta essa versão. Eles criticam a rapidez das análises da polícia e a ausência de consideração pelos depoimentos das testemunhas. Além disso, amigas da vítima afirmaram que ela vivia um relacionamento abusivo, sendo impedida de sair com amigas ou de trabalhar. A saída na noite anterior ao incidente teria sido contra a vontade do namorado.
Vítima havia visitado a família no Brasil recentemente
Taiany e o namorado haviam acabado de retornar de uma viagem a Paris, onde celebraram o Réveillon. No final do ano passado, ele a presenteou com uma viagem ao Brasil para visitar a família. Contudo, segundo relatos, mesmo durante essa viagem, ela não tinha liberdade, precisando provar que estava em casa. A família havia alertado Taiany sobre os riscos do relacionamento e sugerido que ela permanecesse no Brasil.
Apesar dessas advertências, Taiany nunca havia relatado diretamente à família que sofria abusos. Pelo contrário, mencionava planos de se casar com o namorado, o que torna os acontecimentos ainda mais difíceis de aceitar para os parentes.