Após decretar prisão de padrasto suspeito de envenenar enteados, delegado revela detalhes: ‘Demonstra claramente…

O delegado responsável pela investigação do caso revelou que o suspeito alterou sua versão durante o depoimento e expressou desprezo pela enteada falecida.

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Após decretar a prisão de Francisco de Assis Pereira da Costa, suspeito de envenenar baião de dois, que foi responsável pela morte de quatro pessoas, o delegado Abimael Silva forneceu mais detalhes sobre o caso. Nesta quarta-feira (08), o suspeito apresentou três versões diferentes sobre o que aconteceu no réveillon. No entanto, ele acabou se contradizendo em suas declarações, sendo apontado como o principal suspeito do crime brutal.

O envenenamento ocorrido no início de janeiro resultou na morte de quatro pessoas, incluindo os dois enteados de Francisco, Francisca Maria da Silva e Manoel Leandro da Silva. Além deles, duas crianças também perderam a vida, uma de 1 ano e 8 meses e outra de 3 anos. Uma menina de 4 anos, que também foi vítima do envenenamento, segue internada em estado grave, sendo acompanhada de perto pela equipe médica.

Padrasto suspeito de envenenar enteados muda versão de seu depoimento três vezes

Em uma coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira (08), o delegado responsável pelo caso revelou que houve diferenças entre os depoimentos dados por Francisco. A família do suspeito havia feito um jantar para comemorar o início do ano, no dia 31 de dezembro, mas só começaram a passar mal no dia 1º de janeiro.

Segundo informações, Francisco afirmou que não chegou perto da panela onde o alimento havia sido preparado, mas depois mudou sua versão, dizendo que tocou na panela. Em seguida, ele negou a informação de que havia instruído os familiares a não mexer na comida. O delegado afirmou que há uma discrepância entre os depoimentos do suspeito e os de outras pessoas que foram interrogadas pela polícia.

Em depoimento, padrasto revela desprezo por enteada morta 

A Polícia Civil acredita que a motivação para o crime esteja ligada ao relacionamento problemático entre o suspeito e a enteada falecida. Em um depoimento que durou pouco mais de 2 horas e 40 minutos, Francisco revelou que tinha sentimentos de ódio e desprezo por Francisca. Na ocasião, ele não poupou palavras ao descrever o que sentia em relação à enteada.

A investigação revelou que Francisco demonstrava um distanciamento claro em relação aos dois enteados, com os quais não mantinha comunicação. Ele chegou a se referir aos filhos de Francisca de forma depreciativa, chamando-os de “primatas” e “pessoas não higiênicas”. Esse comportamento foi um dos elementos considerados pela polícia ao solicitar sua prisão.

O delegado responsável pelo caso descreveu Francisco como uma pessoa com uma personalidade complexa, que, apesar de se expressar de maneira espontânea, expõe abertamente seu desprezo pela convivência com a enteada.  “Demonstra claramente sua aversão pela convivência com Francisca e seus filhos”, disse Abimael Silva.