Viúvo narra tudo o que aconteceu no dia do bolo envenenado: ‘Quando a Zeli comeu, ela já se levantou’

Jefferson Luiz Moraes, de 60 anos, descreveu como aconteceu o envenenamento com um bolo dentro de seu apartamento.

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Jefferson Luiz Moraes, de 60 anos, viúvo de Maida Berenice Flores da Silva, uma das vítimas do envenenamento por arsênio em um bolo na cidade de Torres, no litoral do Rio Grande do Sul, falou pela primeira vez sobre a tragédia. Ele e Maida foram casados por 32 anos, até o falecimento dela durante uma confraternização familiar no dia 23 de dezembro de 2024.

Após dias de silêncio, Jefferson relatou os acontecimentos em entrevista concedida à emissora RBS TV, afiliada da Rede Globo no estado. Ele descreveu como o envenenamento aconteceu na casa onde morava com Maida. O encontro familiar ocorreu por volta das 14 horas daquele dia, durante um café da tarde no qual o bolo foi servido.

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Dos sete presentes, seis consumiram o bolo, incluindo Jefferson, que imediatamente notou um gosto amargo, parecido com gengibre, mas mascarado pela cobertura de açúcar. Em menos de cinco minutos, todos que ingeriram o bolo começaram a passar mal. Segundo Jefferson, Zeli dos Anjos, irmã de Maida e responsável pela preparação do bolo, foi a primeira a sentir-se mal. Ela deu uma mordida no bolo e, ao perceber algo estranho, levantou-se rapidamente.

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul (PCRS) concluiu que Zeli não tinha conhecimento do envenenamento. O crime teria sido cometido pela nora dela, Deise Moura dos Anjos, que aplicou o arsênio na farinha usada na confecção do bolo.

Logo após Zeli, Neuza Denise Silva dos Anjos, irmã de Maida e a segunda vítima fatal, também ingeriu o bolo. Antes de dar uma segunda mordida, foi alertada por Zeli a não continuar comendo, pois havia algo errado. Em seguida, Tatiana Denise dos Anjos, sobrinha de Maida e filha de Neuza, também começou a passar mal.

“Quando a Zeli comeu, ela já se levantou, sentou na cadeira, ficou inquieta. Daí a Neuza foi comer, deu uma mordida, a segunda, a Zeli disse: ‘Não, não come, porque não tá legal esse bolo’. Foi então que Zeli saiu correndo e começou a vomitar”, relatou.

Viúvo acredita em nexo entre vômitos e sobreviventes

Jefferson destacou que as vítimas fatais não tiveram uma reação de vômito após ingerir o bolo, ao contrário daqueles que sobreviveram. Para ele, esse reflexo de vômito foi o que salvou a vida dos que conseguiram escapar da tragédia. “Só tá vivo quem, desculpe falar, vomitou. Quem não vomitou não tá vivo”, opinou.