Em um ato de extraordinária coragem e dedicação, o piloto Edenilson de Oliveira Costa, de 49 anos, manteve-se vigilante durante toda a noite para proteger Bethina Feldman. A menina de 12 ano foi uma das vítimas da queda do helicóptero que ele pilotava.
O acidente foi registrado no Morro do Tico Tico, em Caieiras, na Região Metropolitana de São Paulo. O trágico episódio ocorreu no início da noite de quinta-feira (17/01), e o resgate só foi possível na manhã de sexta-feira.
Ato heróico do piloto
A situação exigiu uma resposta heroica do piloto que, mesmo ferido, priorizou a segurança da jovem passageira durante as longas horas de espera pelo resgate. “Eles estavam bastante abalados emocionalmente, com alguns ferimentos“, explicou o tenente Maxwel de Souza.
Segundo a autoridade, o piloto estava acenando e conseguia falar. “Ele compreendeu que o casal estava desfalecido e que ele precisaria proteger a garota porque ela estava viva. Então, ele passou a noite toda protegendo a menina, é realmente um herói“, prosseguiu o tenente presente na operação.
O acidente
O acidente aconteceu em uma região de difícil acesso, com condições meteorológicas desfavoráveis que impossibilitaram o resgate imediato por via aérea. Inicialmente, o piloto tentou estabelecer contato com serviços de emergência, conseguindo eventualmente comunicar-se através de uma portaria local para alertar sobre o acidente.
As operações de resgate mobilizaram uma força-tarefa composta por diversos órgãos de segurança e emergência, incluindo o Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Defesa Civil e o Comando de Aviação da PM. O trabalho conjunto foi fundamental para localizar e resgatar os sobreviventes.
Com o amanhecer, a equipe do helicóptero Águia conseguiu identificar a localização da aeronave acidentada através de um clarão na mata, orientando as equipes terrestres de resgate. A coordenação entre as equipes aéreas e terrestres foi crucial para o sucesso da operação.
Demonstrando extraordinária resiliência, Edenilson tomou a iniciativa de buscar ajuda ao amanhecer, aventurando-se pela mata em direção à rodovia, enquanto Bethina permanecia a aproximadamente 150 metros dentro da área verde. Esta decisão foi tomada considerando que a menina apresentava dificuldades para se locomover.
Quando as equipes de resgate encontraram Bethina, ela apresentava escoriações leves e algumas dores, além de estar desorientada devido à situação traumática e à densidade da mata. A menina não conseguia indicar a localização exata dos pais ou dos destroços do helicóptero devido ao seu estado de confusão.
A operação de resgate culminou com a transferência dos sobreviventes para o Hospital das Clínicas de São Paulo, onde receberam atendimento médico adequado. Felizmente, apesar dos traumas sofridos, tanto o piloto quanto a menina encontram-se fora de perigo.
O porta-voz da Defesa Civil destacou a importância da colaboração entre as diferentes equipes de resgate, enfatizando que o sucesso da operação foi resultado do esforço coordenado de todos os envolvidos, que trabalharam incansavelmente desde as primeiras horas da madrugada com o objetivo de encontrar sobreviventes.