Delegado decide fechar investigação do bolo envenenado após nova descoberta: ‘Nunca presenciei algo parecido’

Em entrevista, o chefe da PCRS disse estar convicto de que Deise Moura dos Anjos é a responsável pelos envenenamentos.

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A PCRS (Polícia Civil do Rio Grande do Sul) avançou significativamente nas investigações relacionadas ao caso de envenenamento de uma família em Torres, no litoral do estado. Os investigadores estão convencidos de que Deise Moura dos Anjos é a principal responsável por planejar e executar os crimes.

Segundo as autoridades, Deise agiu de forma calculada e discreta por um longo período, sem levantar suspeitas. A trama foi desvendada após a análise de um bolo contaminado com arsênio, consumido em 23 de dezembro de 2024, que resultou na morte de três pessoas.

PCRS encontra prova importante do caso do envenenamento com arsênio

Em entrevista concedida nesta terça-feira, 28 de janeiro, à Rádio Gaúcha, o delegado Fernando Sodré, chefe da PCRS, revelou uma prova crucial para incriminar Deise Moura. Trata-se do comprovante de entrega de uma encomenda contendo arsênio, que foi assinado pela suspeita antes dos envenenamentos.

A descoberta foi possível graças à colaboração dos Correios, que resgataram o registro da entrega, consolidando a conexão entre a suspeita e o material usado nos crimes. A compra havia sido realizada pela internet.

Delegado encerra ciclo de investigação e desabafa

Com essa nova evidência, a PCRS considera encerrada a fase principal das investigações. O delegado Fernando Sodré declarou que a equipe policial está segura de que Deise agiu sozinha ao planejar e executar todos os envenenamentos identificados.

Ele também comentou que, em seus 26 anos de carreira, nunca havia se deparado com um caso tão complexo e chocante. Segundo a autoridade, o incidente que inicialmente parecia isolado se transformou em uma investigação abrangente, revelando uma série de crimes interligados que surpreenderam a polícia a cada nova descoberta.

“Tenho 26 anos como delegado e nunca presenciei algo parecido num trabalho investigativo, principalmente envolvendo conflitos familiares”, desabafou ele. “A situação tomou uma proporção que, num primeiro momento, parecia um problema localizado (…), mas, no processo, se descobriu uma pessoa [Deise] que hoje nós não temos dúvida de que é a autora dos envenenamentos. (…) O caso está se fechando de uma forma muito clara”, completou.

PCRS quer a conversão da prisão temporária de Deise em preventiva

Atualmente, Deise está sob prisão temporária, decretada inicialmente por 30 dias após as primeiras revelações do caso. No decorrer das investigações, a Justiça aceitou um pedido da polícia para estender a detenção por mais 30 dias.

Durante esse novo período, ainda em curso, os investigadores se concentrarão em medidas investigativas e na formalização de documentos necessários para solicitar a conversão da prisão temporária em preventiva, garantindo que a suspeita permaneça detida enquanto o caso avança na Justiça.