Motivo da denúncia contra madrasta por óbito da enteada vem à tona: ‘Ciúmes em relação ao pai da criança’

Suzana foi denunciada pela morte de Isabelly, e a Justiça aceitou a acusação.

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O Ministério Público do Paraná (MP-PR) denunciou Suzana Dazar dos Santos, de 38 anos, por homicídio qualificado, sob a acusação de ter causado a morte de sua enteada, Isabelly, de 3 anos, em Cascavel (PR). A promotoria aponta que o crime foi motivado por ciúmes, pois Suzana acreditava que a criança prejudicava seu relacionamento com o pai da menina.

O caso ocorreu em 7 de maio de 2022, quando a vítima se afogou dentro de uma máquina de lavar roupas na casa onde morava com o pai e a madrasta. Segundo as investigações, a mulher teria colocado Isabelly sobre um banco de plástico em frente à máquina, que estava cheia de água, e atraído a menina com brinquedos. Em seguida, deixou a criança sozinha no local, sem supervisão, tempo suficiente para o afogamento acontecer.

Causa da morte de Isabelly

O laudo pericial confirmou que a morte foi causada por asfixia mecânica interna. Para o MP-PR, Suzana assumiu o risco de sua conduta e premeditou a situação para que o afogamento ocorresse. Testemunhas ouvidas pela acusação relataram que a relação entre Suzana e a enteada era conturbada.

O advogado de acusação, Alexander Beilner, afirmou que familiares, vizinhos e colegas da família relataram que o ciúme da madrasta em relação ao pai da criança teria sido o principal motivo para a tragédia. “Motivação para que ela ceifasse a vida da menina foi o ciúme em relação ao pai da criança”, afirmou Beilner.

Suzana agrediu a própria filha de 4 anos

Além disso, a denúncia aponta que Suzana já possuía antecedentes por agressão contra a própria filha quando esta tinha apenas 4 anos, o que foi anexado ao processo como agravante. A defesa da acusada nega as acusações na morte da enteada e classifica o caso como um acidente.

Os advogados alegam que não há provas concretas de que Suzana teria agido com intenção de matar a menina. Eles afirmam que o pedido do MP-PR para que ela vá a júri popular é “excessivo” e defendem que a análise do caso deve levar em conta a possibilidade de culpa, e não de dolo.

A Justiça aceitou a denúncia no início deste ano, e o processo agora tramita na 1ª Vara Criminal de Cascavel. O Ministério Público pede que Suzana seja julgada sob as qualificadoras de motivo torpe, meio cruel, vítima menor de 14 anos e violência doméstica e familiar. A defesa tem prazo para apresentar sua manifestação antes do início da fase de instrução, na qual as testemunhas deverão ser ouvidas novamente.