Uma reviravolta dramática marcou o caso do envenenamento em massa que chocou o Rio Grande do Sul. Deise Moura dos Anjos, principal suspeita de matar três pessoas com um bolo envenenado em Torres e da morte do sogro, foi encontrada sem vida na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba nesta quinta-feira.
A descoberta aconteceu durante a conferência matinal da penitenciária, quando agentes encontraram a detenta sozinha em sua cela. A Polícia Penal informou que foram realizadas tentativas imediatas de socorro, com o acionamento do Serviço de Atendimento Médico de Urgência, que confirmou o óbito no local.
Deise é suspeita de matar família do marido
O caso que levou Deise à prisão envolveu um encontro familiar que terminou em tragédia quando sete pessoas da mesma família se reuniram para um café da tarde próximo ao Natal. Após consumirem um bolo preparado em Arroio do Sal, os presentes começaram a apresentar sintomas graves de intoxicação.
O episódio resultou na morte de três mulheres em questão de horas: Tatiana Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva não resistiram a paradas cardiorrespiratórias, enquanto Neuza Denize Silva dos Anjos faleceu em decorrência de choque pós-intoxicação alimentar. Uma criança de 10 anos e Zeli dos Anjos, que preparou o doce, sobreviveram após hospitalização.
Investigação
A investigação, conduzida pelo delegado Marcus Veloso, revelou que Zeli dos Anjos, sogra da suspeita, era o principal alvo do envenenamento. O caso ganhou contornos ainda mais sombrios quando a polícia descobriu a presença de arsênio no corpo do sogro de Deise, Paulo Luiz dos Anjos, que havia falecido em setembro após consumir bananas e leite em pó.
As autoridades policiais e o Instituto-Geral de Perícias (IGP) darão continuidade às investigações para esclarecer as circunstâncias da morte de Deise. O delegado Fernando Sodré, chefe da Polícia Civil no RS, confirmou que a suspeita teria tirado a própria vida.
Zeli dos Anjos, que recebeu alta hospitalar em janeiro, foi a única pessoa que consumiu duas fatias do bolo envenenado. A sobrevivente tornou-se peça fundamental na investigação que revelou uma trama familiar marcada por tentativas sistemáticas de envenenamento.
O caso, que já havia chamado a atenção do estado pelo uso de arsênio como método de assassinato, agora ganha um desfecho ainda mais trágico com a morte da principal suspeita, deixando várias questões sobre as verdadeiras motivações dos crimes.