Na manhã de quarta-feira (12), um dia antes de ser encontrada morta na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba (PEFG), Deise Moura dos Anjos relatou a um advogado que planejava tirar a própria vida.
Ainda durante o encontro, o profissional recebeu a aliança de casamento dela, um gesto que refletia sua angústia diante do processo de divórcio iniciado pelo marido, Diego Silva dos Anjos. A detenta demonstrou grande abalo emocional, chorando intensamente durante a conversa.
Advogado teria alertado autoridades
Preocupado, o advogado de Deise teria alertado as autoridades penitenciárias sobre o estado da cliente. Nos últimos dias, ela enfrentava dificuldades dentro da unidade prisional. A mulher havia solicitado um aumento na dosagem do antidepressivo que tomava e reclamava das condições precárias da alimentação, limitando-se a consumir apenas pão, bananas e água da torneira.
Além disso, manifestava grande incômodo com o forte odor proveniente da tubulação de esgoto e o calor excessivo dentro da cela, fatores que agravavam ainda mais sua situação psicológica.
A administração da penitenciária foi procurada para comentar o caso. Tanto a diretora da unidade, Fernanda Kersting, quanto a vice-diretora, Elaine Cantini, optaram por não se pronunciar.
Corpo de Deise foi encontrado por agente penal
Deise teria cometido o ato durante a madrugada. O corpo foi encontrado por uma agente penal que realizava a conferência matinal das presas. A servidora tentou reanimá-la com massagem cardíaca, enquanto uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada. No entanto, os socorristas constataram o óbito no local.