Zeli dos Anjos, sobrevivente do envenenamento causado pela nora Deise Moura dos Anjos, falou pela primeira vez sobre o crime que chocou Torres (RS). Em depoimento ao Fantástico, da Globo, a dona de casa expressou sua dor e indignação ao relembrar a tragédia que tirou a vida de três familiares.
Emocionada, ela falou sobre o sentimento em relação a nora. “Eu não tenho nem pena, nem raiva, nem ódio, nem sei que tipo de sentimento”, afirmou. O Fantástico não deixou claro se a entrevista foi feita antes ou depois da morte de Deise, que tirou a própria vida na prisão.
Deise pesquisou sobre veneno
O crime ocorreu no dia 23 de dezembro, quando sete pessoas da família de Zeli se reuniram para a tradicional confraternização de fim de ano. O bolo, feito por ela há mais de 40 anos, foi envenenado com arsênio, causando a morte de suas irmãs Maida e Neuza, além da sobrinha Tatiana.
Zeli e outras duas pessoas sobreviveram, enquanto João, marido de Neuza, escapou por não ter consumido a sobremesa. As investigações apontaram que Deise nutria um forte ódio pela sogra, sentimento que ela própria admitiu em depoimento.
A polícia descobriu que a mulher realizou diversas pesquisas na internet sobre substâncias letais, incluindo “arsênio”, “veneno para o coração” e “veneno para matar humanos”. O delegado Marcos Vinícius Muniz Veloso destacou que a primeira busca feita por Deise foi sobre “o veneno mais mortal do mundo”, indicando um plano premeditado.
Deise foi encontrada morta
Presente no local, Zeli foi uma das que teve sintomas mais graves e precisou ficar internada por 19 dias. Inicialmente tratado como intoxicação alimentar, o caso teve uma reviravolta quando exames comprovaram a presença de arsênio no sangue das vítimas. Com a investigação em andamento, Deise foi presa, mas foi encontrada morta dentro da cela dias depois.