Bolo envenenado: Polícia conclui inquérito, informa que Deise matou 4 pessoas e diz se ela teve ajuda

Deise Moura dos Anjos morreu na cadeia na semana passada e processo será extinto.

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A Polícia Civil do Rio Grande do Sul concluiu a investigação sobre a morte de quatro pessoas da mesma família, envenenadas em Torres, no Litoral Norte do estado. O inquérito confirmou que Deise Moura dos Anjos foi a responsável por todos os homicídios, incluindo o envenenamento do sogro em setembro de 2024 e de outros três familiares em dezembro do mesmo ano.

As vítimas ingeriram alimentos contaminados com arsênio, um veneno de difícil aquisição, mas que foi utilizado de forma planejada pela autora. Os crimes ocorreram de maneira premeditada, conforme apontaram os investigadores.

Morte de quatro pessoas e ação individual

O sogro de Deise faleceu após consumir bananas e leite em pó envenenados, enquanto as outras três vítimas passaram mal e morreram depois de comer um bolo contaminado com a mesma substância. De acordo com a delegada regional Sabrina Deffente, as investigações comprovaram que Deise agiu sozinha, sem a participação de terceiros. 

Com mais de mil páginas, o inquérito revelou que Deise não tinha um motivo financeiro para cometer os crimes, como chegou a ser cogitado inicialmente. As autoridades acreditam que a mulher sofria de um transtorno mental grave e utilizava o veneno sem razões claramente definidas. Além dos homicídios consumados, a polícia descobriu que Deise também tentou envenenar o próprio marido e o filho, o que reforçou a tese de perturbação mental como principal motivação.

Investigação não esclarece como Deise comprou arsênio

A investigação, no entanto, não conseguiu esclarecer completamente como Deise obteve o arsênio, uma vez que a venda da substância exige a apresentação de documentos e uma justificativa para o uso. O Instituto-Geral de Perícias (IGP) informou que o controle desse tipo de veneno é rigoroso, o que levanta dúvidas sobre possíveis falhas na fiscalização. A polícia segue apurando essa questão para entender se houve algum tipo de facilitação no acesso ao produto.