Dois homicídios ocorridos em estados diferentes chocaram o Brasil recentemente, evidenciando semelhanças perturbadoras. Separados por 570 quilômetros, os assassinatos de Vitória Regina, em Cajamar–SP, no dia 26 de fevereiro, e de Clara Maria, em Belo Horizonte–MG, no dia 9 de março, revelam a brutalidade dos crimes cometidos e as particularidades que podem impactar opiniões. Ambos foram classificados inicialmente como homicídio qualificado, mas especialistas apontam que as penas podem variar devido a fatores específicos.
As investigações das Polícias Civis de São Paulo e Minas Gerais indicam que as duas vítimas foram assassinadas por pessoas próximas e que os crimes foram premeditados, com uso excessivo de violência. Os suspeitos tentaram ocultar evidências: o corpo de Vitória foi abandonado em uma área de mata, enquanto o de Clara foi concretado no quintal da casa de um dos suspeitos, o que pode influenciar diretamente no julgamento e na pena aplicada.
Investigações indicam premeditação, violência extrema
O criminalista Rafael Paiva explica, em entrevista à CNN, que, no direito penal, a individualização da pena é fundamental. Cada crime é analisado de acordo com suas particularidades, incluindo o histórico dos acusados e as circunstâncias da ação criminosa. Assim, mesmo que os dois casos tenham elementos semelhantes, a Justiça pode aplicar punições distintas, considerando os agravantes de cada situação.
A advogada Amanda Silva Santos destaca que a ocultação de cadáver, como no caso de Clara, pode aumentar a pena em até três anos. No assassinato de Vitória, embora brutal, não há esse agravante, já que seu corpo foi deixado exposto.
Crimes brutais com padrões semelhantes
Apesar das semelhanças entre os crimes, a aplicação da lei penal pode resultar em condenações diferentes. O desenrolar dos julgamentos dependerá das provas reunidas e da interpretação dos tribunais, destacando a complexidade do sistema judiciário em casos de feminicídio no Brasil.