Caso Adriana: blogueira enviou áudio à irmã confessando medo do sogro antes de morrer – ‘Guarda esses áudios’

Marido da vítima e o pai dele foram capturados após a polícia ter acesso à gravação.

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Adriana Rosa de Oliveira, de 27 anos, registrou seu temor em mensagens de áudio enviadas à irmã poucos dias antes de ser assassinada. A influenciadora digital foi morta com três tiros em sua residência em Santa Luzia, Maranhão.

O marido e o então sogro de Adriana foram presos. A polícia, que está investigando o caso, conseguiu ter acesso aos registros de voz enviados pela vítima para a parente.

Vítima mandou mensagem poucos dias antes de ser assassinada

Com medo, Adriana fez questão de informar a irmã sobre o que estaria acontecendo. “Guarda esses áudios aí. Deus ao livre acontecer alguma coisa comigo, tem tu para contar o que foi que aconteceu, quem é o suspeito“, alertou a jovem, como se previsse o destino que a aguardava.

No sábado passado (15/03), o pressentimento de Adriana tornou-se realidade quando policiais acionados para atender uma ocorrência em sua casa a encontraram sem vida. As autoridades agiram rapidamente e, no dia seguinte, efetuaram a prisão em flagrante de seu sogro, conhecido localmente como Antônio do Zico, e seu marido, Valdiley Paixão Campos, apontados como principais suspeitos do feminicídio.

Os áudios

Nos áudios obtidos pela reportagem da UOL e já em posse das autoridades, Adriana relatava estar trancada dentro do quarto por medo. “Eu estou até com medo, filha. Tu acredita aqui? Na hora que eu cheguei em casa, o carro do pai do Badu [apelido do marido] tava lá assim alguns metros longe daqui de casa“, confidenciou a vítima à irmã, que já prestou depoimento sobre as mensagens recebidas.

Segundo o delegado Alison Guimarães, responsável pelas investigações, o conteúdo das mensagens foi determinante para a prisão do sogro, apesar dele não estar presente no local do crime. Adriana havia conquistado 37 mil seguidores no Instagram, onde compartilhava vídeos descontraídos de seu cotidiano e momentos com seu filho de 5 anos. 

A Secretaria de Segurança Pública garantiu que equipes analisam imagens de câmeras e outros elementos probatórios, além de colher depoimentos para esclarecer completamente as circunstâncias e motivações do feminicídio. Durante o depoimento inicial, os suspeitos apresentaram uma versão contestada pelas evidências, alegando que um homem desconhecido chegou de moto à residência procurando especificamente por Adriana e, ao encontrá-la, efetuou os disparos fatais.