Suspeito mentiu no Caso Vitória? Estas três contradições não passaram despercebidas no depoimento de Maicol

Vitória Regina, de apenas 17 anos, foi brutalmente assassinada e muitas dúvidas ainda intrigam a Polícia no caso.

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O depoimento de Maicol Sales dos Santos, suspeito de matar a adolescente Vitória Regina em Cajamar, apresenta contradições que colocam sua confissão em dúvida. Ele admitiu ter cometido o crime sozinho, mas os detalhes fornecidos não coincidem com as evidências encontradas pela investigação. Entre os pontos inconsistentes está o número de facadas desferidas. O suspeito afirmou ter atingido Vitória duas vezes no pescoço, mas o laudo da perícia constatou três ferimentos. Além disso, a arma do crime ainda não foi localizada.

Outra inconsistência relevante envolve os vestígios dentro do carro de Maicol. Segundo ele, o crime aconteceu dentro do veículo, mas a análise pericial não encontrou vestígios de sangue ou fios de cabelo no banco. Apenas uma possível mancha de sangue e um cabelo foram identificados no porta-malas.

Maicol mentiu no depoimento?

O suspeito alegou ter feito uma limpeza no local e descartado a faca em um rio, mas a polícia ainda não encontrou o objeto. O local onde o corpo foi encontrado também não bate com a versão apresentada. Maicol disse que enterrou a vítima, mas o corpo estava sobre o solo e em outro ponto do terreno baldio. A investigação também localizou uma enxada e uma pá perto do local, ferramentas que pertenciam ao padrasto do suspeito, mas ele não foi questionado sobre isso.

O histórico de Maicol também levanta suspeitas. A polícia descobriu que ele monitorava a vítima havia meses e possuía cerca de 50 fotos de jovens semelhantes a Vitória em seu celular. Ele admitiu que ofereceu carona para a adolescente no dia do crime e afirmou que ela entrou voluntariamente. O suspeito alegou que os dois tiveram um envolvimento anterior e que a jovem o ameaçava contar sobre isso à esposa dele. Segundo sua versão, durante uma discussão, foi agredido por Vitória e reagiu com os golpes fatais. A perícia, porém, não encontrou indícios de luta corporal dentro do carro.

A defesa do suspeito argumenta que a confissão pode ter sido obtida sob coação e solicitou sua anulação. O advogado de Maicol alega que ele prestou depoimento sem a presença de um defensor e que poderia ter sido pressionado a assumir o crime. No entanto, imagens da gravação obtidas pelo programa Fantástico, da Globo, não indicam sinais visíveis de força ou intimidação por parte da Polícia. A investigação segue em andamento, com exames de DNA sendo realizados nos vestígios encontrados no carro e na residência do suspeito.

Familiares de Vitória se pronunciaram

Os familiares de Vitória acreditam que Maicol não agiu sozinho e exigem uma reconstituição do crime para esclarecer as dúvidas. O pai da adolescente disse que está convicto de que mais pessoas estão envolvidas e pede que todos sejam responsabilizados. A polícia ainda não divulgou se existem imagens de câmeras de segurança que corroborem a versão do suspeito.