Jair Bolsonaro enfrenta um dos momentos mais delicados de sua trajetória política. O ex-presidente tornou-se réu no Supremo Tribunal Federal (STF), por supostamente liderar uma trama golpista.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, Bolsonaro admitiu ter discutido com seus auxiliares a possibilidade de decretar estado de sítio, estado de defesa e intervenção federal em 2022. No entanto, ressaltou que tais alternativas foram descartadas “logo de cara”.
Essas medidas estão previstas na Constituição Federal para situações extremas que coloquem em risco a ordem pública e a estabilidade institucional do país. Elas podem ser aplicadas em cenários de grave e iminente instabilidade institucional, comoções nacionais de grande impacto ou até mesmo em tempos de guerra.
Ex-presidente lembrou do artigo 142 da Constituição
Bolsonaro também fez referência ao artigo 142 da Constituição. Isso tem sido frequentemente citado por seus apoiadores como justificativa para uma suposta intervenção das Forças Armadas no cenário político nacional.
Essa interpretação, contudo, já foi rechaçada pelo STF, que reforçou a impossibilidade de as Forças Armadas exercerem qualquer papel moderador entre os poderes. O ex-presidente responde a cinco crimes, cujas penas, somadas, ultrapassam quatro décadas.
Jair Bolsonaro falou sobre possibilidade de ser preso
Quando questionado pela Folha sobre o impacto de uma eventual prisão em sua carreira política, Bolsonaro abriu o jogo. “É o fim da minha vida. Eu já estou com 70 anos“, declarou o ex-presidente.
Durante a entrevista, concedida na sede do PL, Bolsonaro também comentou a delação premiada de seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid, cujo teor pode ter impactos significativos na condução do caso. O processo contra Bolsonaro segue em andamento no STF, com desdobramentos que podem influenciar diretamente o cenário político brasileiro.