Presos desde janeiro, Maria dos Aflitos da Silva e Francisco de Assis Pereira da Costa foram formalmente indiciados pela Justiça na última terça-feira (25) pelo envenenamento que resultou na morte de oito parentes e em três tentativas de homicídio. O crime ocorreu no dia 1º de janeiro, em Parnaíba, no Piauí, após um almoço onde foi servido arroz com veneno. O casal agora também é acusado de intoxicar dez pessoas, além de outros 20 crimes graves. Após serem notificados, os réus terão dez dias para apresentar sua defesa.
Após o prazo para a defesa, o processo judicial seguirá com a oitiva de testemunhas, o interrogatório dos acusados e uma nova análise minuciosa de todas as evidências. Com base nisso, a Justiça determinará se Maria e Francisco serão considerados inocentes ou culpados pelos crimes.
Relembre o caso que abalou o PI
No dia de Ano Novo, dez membros da família tiveram complicações de saúde após consumirem arroz envenenado durante uma refeição juntos. Eles foram socorridos e levados ao Hospital Regional Dirceu Arcoverde, mas oito deles não resistiram.
A comunidade local ficou chocada com a tragédia, e as investigações levaram à prisão de Maria dos Aflitos e seu marido, Francisco de Assis, sob suspeita de serem os autores dos crimes. Entre as vítimas que faleceram, estavam os filhos e netos de Maria, além de uma enteada de Francisco, com quem ele tinha um relacionamento difícil.
Conflitos familiares
Durante seu depoimento após a prisão, Francisco de Assis confessou que não tinha contato com os filhos e netos de sua esposa, e que sentia raiva e nojo deles. Por outro lado, Maria dos Aflitos declarou estar cega de amor e não perceber as tensões existentes nas relações familiares.
O depoimento da matriarca também foi fundamental para a investigação das mortes de seus netos, Miguel e Ulisses, que faleceram por envenenamento em 2024. Na época, a vizinha Lucélia Maria da Conceição chegou a ser presa por cinco meses, acusada de ter causado a morte dos meninos com um caju envenenado. No entanto, após os últimos acontecimentos, Lucélia foi libertada, e Francisco passou a ser o principal suspeito também nessas mortes.