Depois de sofrer a vida inteira, mãe descobre que tem dolorosa doença após ver o filho passando pelo mesmo

Após décadas de sofrimento sem diagnóstico, empresária descobre ser celíaca aos 44 anos graças ao filho.

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A empresária Regina Helena Kugelmann Mancini, hoje com 68 anos, vive com qualidade de vida após ter enfrentado décadas de sintomas não diagnosticados de doença celíaca, uma condição autoimune desencadeada pela ingestão de glúten. A descoberta, no entanto, só ocorreu aos 44 anos de idade, após seu filho, Fabrizio, ter sido diagnosticado com a mesma enfermidade, pondo fim a uma jornada marcada por dores, frustrações e incertezas.

Desde a infância, Regina convivia com sinais físicos persistentes, como dores nas articulações, especialmente em joelhos, tornozelos e ombros, e falhas no esmalte dos dentes. Nenhum dos profissionais de saúde consultados ao longo dos anos, no entanto, levantou a hipótese de que ela pudesse ser celíaca.

Sintomas persistentes e sem respostas: uma vida afetada em silêncio

Durante a adolescência e a fase adulta, os sintomas de Regina se intensificaram. Refluxo, sangramentos nasais, sensação de nó na garganta e problemas gastrointestinais passaram a fazer parte de sua rotina. Consultou inúmeros médicos, mas nem mesmo nas piores crises os especialistas relacionaram os sintomas ao consumo de glúten.

Na faculdade, Regina sofreu com dificuldades de concentração e raciocínio, o que hoje é identificado como névoa cerebral — um sintoma neurológico que ganhou notoriedade durante os casos de Covid longa, mas que também é relatado por pessoas com doença celíaca.

Mais tarde, ao tentar engravidar, enfrentou quatro anos de dificuldades, o que hoje também pode ser interpretado como um possível sinal de infertilidade associada à condição celíaca não tratada.

Diagnóstico do filho levou à descoberta da própria condição

A resposta definitiva para os anos de sofrimento veio apenas com o diagnóstico de seu filho, Fabrizio, ainda na infância. Desde a introdução alimentar, o menino apresentava sintomas preocupantes e recorrentes: baixo peso, fraqueza, dores de cabeça, vômitos, cólicas e tremores no corpo. Aos nove anos, após longa investigação médica e uma biópsia intestinal, o diagnóstico de doença celíaca foi confirmado.

Imediatamente, Regina passou a adaptar a alimentação da família para uma dieta livre de glúten. Em apenas três meses, os resultados foram transformadores: Fabrizio ganhou cor no rosto, músculos, altura (6 cm), perdeu as olheiras e saltou do número 32 para o 36 de calçado.

O que surpreendeu Regina foi perceber que ela própria também começou a melhorar. Os sintomas crônicos que a acompanhavam por décadas desapareceram completamente. A constatação levou à confirmação médica de que também era celíaca.

Com o apoio do marido, que aderiu à nova alimentação para evitar a contaminação cruzada, toda a rotina da casa foi transformada. As receitas passaram a ser adaptadas à realidade da doença celíaca, e a família passou a viver de forma mais saudável e consciente.

“A dieta parecia milagrosa. Em três meses, ele perdeu aquela aparência frágil, ganhou músculos, ganhou cor no rosto, perdeu as olheiras e ganhou seis centímetros. Em um ano, ele foi do número 32 de calçado para o 36”, comemorou a mãe em entrevista ao portal Metrópoles.