A academia onde a jovem Dayane de Jesus, de 22 anos, faleceu enquanto realizava exercícios físicos, decidiu apagar de suas redes sociais todas as publicações relacionadas ao caso. A medida foi tomada após a repercussão negativa gerada por um comunicado publicado na quinta-feira (22), no qual a empresa anunciava a retomada das atividades, dois dias após a tragédia.
A postagem causou forte reação entre seguidores, ex-alunos e internautas, que acusaram os proprietários de insensibilidade diante do óbito da jovem. Em meio à controvérsia, um trecho da nota — posteriormente deletada — gerou ainda mais indignação.
“Mas também serviu para ver qual cliente/funcionários fecham com a empresa. Aos que trabalham na empresa como personal e discorda, cai fora… Ninguém está aqui obrigado… A empresa tem dono! Não gostou, é só sair…”, dizia o texto.
Nova nota adota tom mais conciliador
Após a repercussão negativa, a academia optou por remover todas as postagens anteriores sobre o caso de suas redes sociais e publicou uma nova nota oficial com um tom mais moderado. No comunicado, a academia afirma lamentar profundamente a fatalidade, presta solidariedade à família de Dayane e informa estar à disposição para colaborar com as autoridades nos esclarecimentos necessários.
A academia também reforçou que atende às exigências legais e sanitárias vigentes, tentando suavizar a imagem abalada pela postura anterior considerada insensível. “Nossos sentimentos são de solidariedade e respeito à mãe, diante de sua dor e perda”, diz um dos trechos do novo comunicado.
Relembre o caso
Dayane de Jesus, moradora do bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, treinava regularmente na unidade da academia localizada na mesma região. Na terça-feira, 20 de maio, por volta das 19h, ela passou mal durante a prática de exercícios, caiu no chão e foi atendida inicialmente por outro aluno, que seria médico.
A jovem não resistiu e faleceu. Após o ocorrido, a Polícia Civil interditou a academia e iniciou uma investigação, constatando que não havia um desfibrilador nas dependências — equipamento obrigatório que poderia ter contribuído para salvar a vida da jovem. Além disso, foi verificado que a unidade descumpriu protocolos de socorro e segurança.
Com base nessas informações, o proprietário da academia poderá responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, mas se verifica negligência por não manter os equipamentos obrigatórios de emergência no local. As investigações continuam em andamento.