Nesta segunda-feira (9), o Supremo Tribunal Federal (STF) inicia os interrogatórios de oito réus acusados de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. A audiência será conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, e terá como destaque o depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do tenente-coronel Mauro Cid, considerado peça-chave na delação que abalou o núcleo duro do antigo governo.
A sessão ocorre na sala da Primeira Turma do STF, adaptada para se assemelhar a um tribunal do júri, utilizado em julgamentos de crimes dolosos contra a vida. O esquema de segurança foi intensificado e, além de Moraes, estarão presentes o procurador-geral da República, Paulo Gonet, que ofereceu a denúncia, e advogados de defesa, todos com direito a fazer perguntas aos réus.
Clima tenso e depoimentos esperados
O chamado “núcleo crucial” da organização é formado por figuras próximas ao ex-presidente. Entre os interrogados estão militares, ex-assessores e integrantes do governo Bolsonaro que, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), atuaram para desestabilizar a democracia. Os ministros da Primeira Turma poderão acompanhar presencialmente os depoimentos.
Durante os interrogatórios, que vão das 14h às 20h, os réus terão a oportunidade de se defender, negar as acusações ou até mesmo se declarar culpados. É direito deles permanecerem em silêncio. Caso o tempo não seja suficiente para ouvir todos os acusados, novas sessões estão previstas entre os dias 10 e 13 de junho.
Audiências podem mudar rumos do julgamento
Este é um momento decisivo para o processo que investiga a articulação de um golpe após as eleições de 2022. As declarações prestadas agora podem influenciar diretamente o desfecho da ação penal e o destino político dos envolvidos.