O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta segunda-feira (9) os interrogatórios dos oito réus considerados centrais no suposto plano para um golpe de Estado após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2022. As sessões, que ocorrerão de 9 a 13 de junho, serão presenciais e transmitidas ao vivo pela TV Justiça e pelo canal do STF no YouTube.
Entre os interrogados está o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado de articular, com aliados, manobras para permanecer no poder mesmo após a derrota nas urnas. Os depoimentos ocorrerão na sala da Primeira Turma, com início às 14h no dia 9, e a partir das 9h nos dias seguintes. O primeiro a falar será o delator Mauro Cid, seguido dos demais por ordem alfabética: Ramagem, Garnier, Torres, Heleno, Bolsonaro, Nogueira e Braga Netto (por videoconferência, por estar preso).
Encontro tenso entre Bolsonaro e Moraes
A audiência marcará o reencontro entre Bolsonaro e seu ex-ajudante Mauro Cid, que firmou acordo de delação premiada com a Polícia Federal. Cid foi o primeiro a relatar que Bolsonaro teria reunido chefes militares para discutir como anular o resultado das eleições, base central da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
O clima promete ser tenso: além do ex-ajudante, Bolsonaro também estará cara a cara com o ministro Alexandre de Moraes, que já foi alvo de intensas críticas por parte do ex-presidente e agora é o relator do caso.
Transmissão ao vivo pode impactar opinião pública
Com transmissão aberta ao público, os interrogatórios ganham ainda mais peso político e midiático. O julgamento pode ser decisivo não só para o destino jurídico dos envolvidos, mas também para o futuro político de Bolsonaro.